Paquistão: Musharraf denuncia violação da soberania pelos EUA
O ex-presidente paquistanês Pervez Musharraf criticou neste sábado, citado por um jornal dos Emirados Árabes Unidos, a operação americana que matou o terrorista Osama Bin Laden, afirmando que os Estados Unidos violaram a soberania de seu país.
Falando para representantes da comunidade paquistanesa em Dubai, Musharraf indicou que "os amantes da paz" deveriam estar felizes com a eliminação de Bin Laden, mas nenhum paquistanês pode aceitar a violação da soberania de sua nação.
"Nenhum país aceitaria tal violação por parte dos Estados Unidos, que mina a soberania do Paquistão, seu exército e seus serviços secretos", declarou o ex-presidente, citado pelo The National.
"Isso é inaceitável para qualquer paquistanês", insistiu. Musharraf, entretanto, destacou que o Paquistão e os Estados Unidos precisam continuar trabalhando juntos para erradicar o terrorismo.
"Já há algum tempo, as relações entre o Paquistão e os Estados Unidos não estão boas, mas para vencer a Al-Qaeda e os talibãs, que para nós são a maior ameaça, estas relação não podem se transformar em confronto", estimou.
Na sexta-feira, Pervez Musharraf já mencionara "a incompetência" dos serviços secretos paquistaneses para explicar a prolongada fuga do líder da Al-Qaeda.
Osama bin Laden é morto no Paquistão
No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .
A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Três dias depois e ainda em meio resquícios de dúvidas sobre o fim de Bin Laden, a Casa Branca decidiu não divulgar as fotos do terrorista morto. Enquanto isso, Estados Unidos e Paquistão debatem entre si as responsabilidades e falhas na localização do líder da Al-Qaeda.
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