União Europeia nega que Grécia considere deixar o euro
Os grandes países da zona do euro descartaram na sexta-feira à noite qualquer reestruturação da dívida da Grécia durante uma reunião em Luxemburgo, anunciou o presidente do grupo do euro, Jean-Claude Juncker, em momento em que aumenta a inquietação sobre a situação grega.
Ele também negou que o governo grego tenha a intenção de deixar o euro.
"Descartamos a reestruturação da dívida grega; e não discutimos uma saída da Grécia da zona do euro, pensamos que isto seria uma opção estúpida", declarou Juncker aos jornalistas no fim da reunião.
Neste encontro participaram os ministros das Finanças dos quatro maiores países da zona do euro: Alemanha, Wolfgang Schauble, França, Christine Lagarde, Itália, Giulio Tremonti, Espanha, Elena Salgado, assim como Jean-Claude Juncker.
O ministro grego das Finanças, Giorgios Papaconstantinou, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, e o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, também participaram das discussões.
"Pedimos ao nosso colega grego que se somasse à reunião nesta noite porque os Estados Unidos e o Fundo Monetário Internacional nos fizeram perguntas sobre a Grécia", explicou Juncker sem entrar em mais detalhes.
EURO
A revista semanal alemã "Der Spiegel" publicou na sexta-feira em seu site que a Grécia considera abandonar o uso do euro, a moeda comum europeia, o que deixou os mercados nervosos e provocou a queda de mais de 1% na cotação do euro.
Diversas fontes desmentiram esta situação, começando por Atenas, que negou "categoricamente" qualquer projeto de abandono da moeda única.
O vice-ministro das Finanças da Grécia, Filippos Sachinidis, negou a informação e sugeriu que a revista seguiu os interesses dos operadores do mercado de câmbio.
"A matéria sobre a Grécia deixando a zona do euro é inverídica", disse Sachinidis. "Esse tipo de matérias prejudica a Grécia e o euro e serve aos jogos de especulação do mercado".
O assunto vem à tona enquanto aumentam os rumores nos mercados financeiros sobre uma inevitável reestruturação da dívida pública grega, que supera 150% do PIB (produto Interno Bruto).
PORTUGAL
Na reunião de Luxemburgo foi discutida também a situação de Portugal, que acaba de concluir negociações para obter um plano de ajuda de 78 bilhões de euros da UE e do FMI, em troca de um drástico plano de austeridade.
Os ministros também discutiram a sucessão do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, a partir de outubro.
O italiano Mario Draghi parte como favorito. A França o apoia, assim como o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, não se pronunciou oficialmente.
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