A instabilidade detectada na mina de carvão mexicana onde há sete trabalhadores enterrados há mais de três dias prejudica os trabalhos de resgate, informaram nesta sexta-feira fontes de Defesa Civil. "Foi um trabalho complicado, a mina não está estável na parte central e é a razão pela qual se teve que fazer todo o trabalho de conexão de outro poço ao do acidente", revelou nesta sexta-feira a diretora geral de Defesa Civil, Laura Gurza.
A situação continua no poço de carvão de Sabinas, de 58 metros de profundidade e localizado no estado de Coahuila, onde na madrugada desta sexta-feira foi resgatado o corpo de Julio César Sifuentes Vásquez, de 33 anos. Com este corpo, são sete os trabalhadores mortos, mais os sete que permanecem presos e um jovem de 15 anos foi gravemente ferido, enquanto Laura ressalta que "não há expectativa de vida" na mina, já que "a explosão (de gás metano) foi bastante séria".
Nesta tarde, os parentes dos desaparecidos se reuniram com a brigada de especialistas chilenos que chegou na quinta-feira à região para "atender suas inquietações", um encontro no qual participou também o ministro mexicano de Trabalho, Javier Lozano, disseram à Efe fontes da dependência. O secretário explicou à emissora "Rádio Fórmula" que no encontro se constatou que os enviados chilenos "aprovam completamente o trabalho" dos técnicos mexicanos.
Lozano também assinalou que os trabalhos não pararam "nem um só minuto" no poço 3, onde se presume que poderiam estar os corpos que faltam. "Espero que antes do domingo tenhamos notícias, mas não posso garantir", disse. Nesta sexta-feira, a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) lembrou que no México "se documentaram condutas tolerantes e omissas de servidores públicos" para cumprir a lei em matéria de segurança e higiene nas minas.
O organismo público encaminhou uma equipe à Sabinas para acompanhar a situação e detectar possíveis violações aos direitos humanos dos trabalhadores e de seus parentes. A CNDH já pediu "medidas cautelares" aos ministérios de Economia e Trabalho mexicanos, para "garantir a vida, a integridade, e em seu caso, o resgate dos corpos dos trabalhadores da mina".
Os corpos dos 65 trabalhadores que morreram no pior acidente mineiro da história recente do México, em 19 de fevereiro de 2006 na jazida de Pasta de Conchos, também em Coahuila, nunca foram resgatados.
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