Nas campanhas anteriores, foram recolhidas cerca de 500 mil armas de fogo, segundo o Ministério da Justiça.
"Se atingirmos esse objetivo (100 mil) estaremos plenamente satisfeitos... 500 mil foi um número excelente e precisamos avançar mais", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que prometeu tentar buscar mais recursos caso o orçamento se esgote antes do fim da campanha.
"Vai ser a primeira vez que vou comemorar o fim de recursos. Vou gostar e buscar mais", acrescentou Cardozo.
No começo do ano, o governo federal anunciou um corte orçamentário de 50 bilhões de reais para o exercício de 2011, com objetivo de colocar as contas em dia e ajudar no combate à inflação. Vários ministérios foram sacrificados pelo corte fiscal, inclusive o da Justiça, que teve contingenciamento de 1,526 bilhão de reais em seu orçamento.
Na tentativa de otimizar a campanha, o governo, em parceira com a sociedade civil, promoveu mudanças em relação ao último programa nacional.
O número de pontos de recolhimento será ampliado e, em breve, as armas poderão ser entregues também em igrejas e locais credenciados.
"O objetivo é recolher o maior número de armas possível. Não fazemos estimativas. Armas tiram vidas e provocam tragédias", avaliou o ministro.
Além disso, o anonimato do doador será garantido e a compensação financeira será feita de forma mais ágil e com apoio do Banco do Brasil.
"Estamos tomando os cuidados necessários para não ter problemas de execução", disse Cardozo.
O lançamento da campanha ocorreu na véspera da tragédia de Realengo completar um mês. Em abril, um homem armado entrou em sua ex-escola e atirou em diversos alunos antes de se matar. Doze alunos morreram e 14 ficaram feridos.
Parentes de vítimas estiveram na cerimônia no Palácio da Cidade e foram homenageados. "Uma arma na mão de um incapaz, não precisa ser um psicopata como aquele da escola, é um risco para a sociedade sempre", declarou o governador Sérgio Cabral
(PMDB).
FRONTEIRAS
A campanha do desarmamento faz parte de um projeto mais amplo de um programa nacional de combate à violência e à criminalidade no país, segundo Cardozo.
Ele anunciou que até o fim do mês o governo federal vai lançar um programa de reforço da segurança nas fronteiras para tentar evitar a entrada de armas do país. Esse é um tema recorrente e que dominou a parte da última campanha presidencial.
"Vamos fazer o que nunca houve, uma ação integrada entre Forças Armadas, Receita Federal, Polícia Federal e Rodoviária", disse o ministro.
Ele afirmou ainda que já iniciou conversas com países que fazem fronteira com o Brasil para ajudar nesse combate ao tráfico de armas. As negociações já começaram com Paraguai e Bolívia.
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