"NYT" diz que reformas no Maracanã acabam com tradição popular

Um dos principais cartões postais do futebol brasileiro, o estádio do Maracanã foi alvo de reportagem do jornal americano "The New York Times" nesta quinta-feira.

O periódico destacou a importância do local para gerações de torcedores por ter abrigado grandes jogos ao longo de seis décadas, mas alertou que, com a modernização do estádio, o futebol nacional está perdendo sua tradição popular e ficando elitizado.

Segundo o "NYT", a extinção da geral, setor onde tradicionalmente os ingressos eram comercializados a preços mais populares e que lotava com frequência no estádio carioca, foi um dos fatores que mais contribuiu para isso.

O local deixou de existir após as reformas para os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. Antes, em 1999, já havia sido reduzido para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa, em janeiro de 2000.

Além disso, o jornal argumenta que o aumento no valor das entradas tem afastado cada vez mais os torcedores das camadas mais populares, que sem o futebol fica com menos opções de entretenimento acessível.

Novamente o valor cobrado na extinta geral --que fica na faixa de R$ 5-- é utilizado como exemplo para justificar o apelo popular do esporte no Brasil. A reportagem também menciona que o Engenhão, estádio mais moderno no Rio e construído para o Pan-2007, tem um setor popular (mais caro que a geral do Maracanã) e que atrai poucos torcedores e dificilmente costuma lotar.

O periódico ainda destaca que o estádio que teve um público estimado de 200 mil pessoas na final da Copa do Mundo de 1950, entre Brasil e Uruguai, deve ter a capacidade fixada em pouco mais de 76 mil pessoas, já visando a Copa das Confederações-2013 e a Copa-2014.

Também menciona que a modernização deve elevar os preços cobrados no futebol brasileiro, acabando com os bilhetes populares. A justificativa para isso seria o custo de manutenção dos locais.