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Quinta - 05 de Maio de 2011 às 14:13
Por: Alecy Alves

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Prefeitura desconhece hoje o real número de camelôs no Centro e diz que vai retomar ações de retirada
Prefeitura desconhece hoje o real número de camelôs no Centro e diz que vai retomar ações de retirada
Em Cuiabá, o comércio clandestino de pontos de camelôs não se limita à praça Ipiranga, conforme noticiou o Diário na edição do último domingo. Em diversas ruas da área central se ouve relatos de “ambulantes” que negociaram espaços nos passeios públicos ou calçadões.

Os valores pagos por pouco mais de dois metros quadrados de calçada, a exemplo do que a reportagem constatou na área destinada ao estacionamento de carros à margem da Ipiranga, podem variar de R$ 2 mil a R$ 4 mil, dependendo da localização. Quanto maior o movimento de pedestre, mais alto o preço do ponto.

Um “dono” de banca confessou o pagamento de R$ 3,5 mil por um lugar numa rua próxima à avenida Getúlio Vargas, a principal via do centro comercial cuiabano. Há quase um ano e meio, contou o homem, “comprou” o espaço sabendo que corria o risco de ser expulso do local por falta de alvará comercial. Ele efetuou o pagamento em três parcelas.

Outro ambulante revelou que um conhecido dele, que há pelo menos 10 anos tinha uma banca móvel perto da Agência Central dos Correios, “vendeu” o ponto por R$ 4 mil. “Ele achou que estava ganhando muito dinheiro, mas quando a grana acabou, quis retornar à área central, mas até hoje não conseguiu se estabelecer”. De camelô cadastrado na prefeitura de Cuiabá, disse o amigo, ele passou a ser um ambulante que percorre as vias sendo importunado por comerciantes e outros vendedores.

Muitos camelôs ouvidos pela reportagem temem ser expulsos, mas alegam que permanecem nas ruas por falta de opção de renda e pela expectativa de transferência para o novo shopping popular que seria construindo no lugar do atual, no bairro Porto, como parte dos projetos da Copa de 2014.

O crescimento de camelôs na área central de Cuiabá é visível. Quem trafega ou trabalha nessa região não só percebe esse aumento, como a cada dia sente mais dificuldade de caminhar pelos passeios públicos.

No calçadão da rua Antônio João, um trecho de pouco mais de 100 metros entre a avenida Generoso Ponce e a Travessa João Dias existem mais de 40 bancas com CDs, DVDs, equipamentos de som, roupas íntimas, frutas, lanches, plantas medicinais e utensílios.

O diretor de Fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Assuntos Fundiários, João Rodrigo Ezequiel, reconheceu que a situação é grave. Ele disse que nunca recebeu denúncia ou flagrou a venda de pontos, mas que alguns ambulantes já o consultaram sobre a possibilidade de compra, sendo alertados da proibição e dos riscos de prejuízos com expulsões e apreensões de mercadorias.

Conforme João Ezequiel, até poucos anos atrás o número não passava de 300 ambulantes, conforme cadastro da própria prefeitura, atualmente são pelo menos 800. O município, disse Ezequiel, não dispõe de cadastro atualizado, portanto desconhece o número exato, mas sabe que vem crescendo bastante.

O diretor de Fiscalização explicou que, recentemente uma tentativa de desobstrução de vias terminou em confronto entre fiscais, policiais e camelôs. Por causa disso, observou a prefeitura decidiu suspender a operação. Entretanto, Ezequiel assegurou que nos próximos dias a ação deverá ser retomada. A determinação do prefeito Francisco Galindo, destacou, é de desocupação, independente de projetos que visam à Copa de 2014.





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