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Quinta - 05 de Maio de 2011 às 11:53

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Aos 87 anos, o artista venezuelano Carlos Cruz-Diez tem trabalhado mais que nunca.

"Graças às novas gerações de artistas, parece que fui descoberto agora, tenho trabalhos programados em vários continentes, até mesmo na China vou inaugurar uma obra", diz, empolgado.

Um dos grandes nomes do que se convencionou chamar de arte cinética, aquela que provoca movimento ou a ilusão dele, Cruz-Diez diz que nunca se sentiu à vontade com esse rótulo.

"Cinético diz respeito a movimento, e o que nós buscávamos era mudar a noção de arte, mostrar que tudo é arte e, por isso, trabalhar com o ambiente", explica.

Radicado em Paris há 50 anos, onde, junto a outros latino-americanos, como seu conterrâneo Jesús Raphael Soto ou o brasileiro Abraham Palatnik estiveram inseridos, Cruz-Diez se diz compreendido apenas agora.

"As pessoas olhavam para nossas obras como se fossem algum símbolo, mas nós nos preocupávamos com o instante, nossa reflexão só se faz entender agora", diz.

Em parte, esse resgate ocorre quando novas gerações de artistas usam métodos semelhantes, caso de Olafur Eliasson, o mais renomado deles (leia quem são alguns dos novos cinéticos no quadro ao lado). "Gosto muito do Olafur, ele já me convidou para alguns projetos", conta o venezuelano.

Tal resgate vem ocorrendo de várias formas. Umas das polêmicas que sua obra gerou foi quando um mural seu dos anos 1970, com dois quilômetros, no porto de Caracas, foi destruído.

"A população local reagiu muito, o que surpreendeu a mim mesmo, e, desde então, o governo venezuelano está restaurando todas as minhas obras públicas", conta.

Elas são muitas e algumas monumentais, como a ambientação cromática para a sala de máquina, feita em 1986, na Central Hidrelétrica Raúl Leoni, do tamanho da Turbine Hall da Tate Modern.






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