Dirigentes falam em ato ditatorial do senador de primeiro mandato
Taques dissolve PDT de Cuiabá e é chamado de "ditador"
O vice-presidente do diretório do PDT de Cuiabá, Rodrigo Rodrigues Lima, informou há pouco que recebeu uma carta da direção estadual, presidida pelo senador Pedro Taques, de que haverá destituição do comando do partido na Capital. Na prática, todos perdem os cargos na executiva até a escolha de novos membros.
Diante do que classifica de "autoritarismo", Lima já anunciou que vai recorrer a Justiça para reverter o processo de destituição.
"O PDT de Cuiabá foi eleito democraticamente na última eleição que ocorreu em julho do ano passado. Essa é uma decisão autoritária do Pedro Taques, que tem perfil demagogo e impositivo e não tem nada de novo para apresentar à sociedade. Pelo contrário, está cada vez mais assemelhado aos caciques políticos com essa decisão", criticou.
O dirigente do PDT de Cuiabá afirmou também que Taques usa a legenda para priorizar seus projetos pessoais.
"O Taques quer ser candidato ao governo em 2014 e está usando o partido como instrumento de barganha. Esse cidadão não tem moral para falar de reforma política porque enxerga o partido como propriedade particular", disse.
Rodrigo Lima afirmou que Taques quer impor um "modelo ditatorial" no PDT. "Quem se posiciona contrário às suas ideias é alvo de perseguição e boicote. Não dá para falar em boa convivência partidária desta maneira", disse.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com o senador Pedro Taques, porém, foi informada pela assessoria de que o parlamentar estava reunido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O secretário geral do PDT, Hélio Souza, informou que a destituição do diretório de Cuiabá obedece a uma norma aprovada pela executiva nacional em Congresso realizado no dia 25 de março.
"Recebemos as diretrizes para organizar movimentos sociais em torno do partido, o que significa fortalecer a juventude, núcleo de base e abrir espaço aos representantes dos negros e índios".
Conforme Hélio Souza, a destituição atinge 10 diretórios municipais, os únicos que estavam em funcionamento em Mato Grosso. "A ideia é ampliar as bases partidárias abrindo espaço aos movimentos sociais. É um consenso de que os partidos não avançaram desde a redemocratização do país e o PDT está inovando. Os diretórios de Cáceres, Poconé e Sorriso aceitaram tranquilamente e Cuiabá não pode ser contra o crescimento do partido".
Segundo Hélio Souza, o diretório de Cuiabá tem 72 horas para indicar seus novos representantes. "Não há intervenção alguma, só inovação", afirma
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