EUA negam que tortura tenha ajudado a encontrar Bin Laden
Os indícios que permitiram localizar Osama bin Laden foram se acumulando "ao longo dos anos", e não através de interrogatórios violentos feitos com um preso em particular, insistiu nesta terça-feira o governo americano, ao mesmo tempo em que alguns de seus integrantes justificam o uso da tortura.
"Não obtivemos informação específica num momento particular que nos levou a Aboottabad, são informações adquiridas ao longo dos anos", assegurou nesta terça-feira à CNN John Brennan, assessor do serviço de contraterrorismo da Casa Branca.
Desde o anúncio da morte do líder da Al-Qaeda, na noite de domingo, o próprio governo americano vinha apresentando os interrogatórios dos detidos como elementos centrais da operação.
O mensageiro através do qual foi possível chegar a Bin Laden teria sido um protegido do cérebro do 11 de setembro, Khaled Sheikh Mohammed, e um assistente de confiança de Abu Faraj al Libi, o número três da Al-Qaeda, capturado em 2005.
Michael Hayden, o ex-diretor da CIA sob a presidência de George W. Bush, estimou que o governo Obama utilizou informações obtidas de certos detidos "de grande importância" durante interrogatórios realizados em prisões secretas da CIA.
A administração Bush foi fortemente criticada pelas condições dadas a estes prisioneiros, alguns dos quais foram torturados. Desde que chegou à Casa Branca, Obama proibiu o uso da tortura e fechou as prisões secretas da CIA.
Mas, quando ex-autoridades da administração Bush tentam justificar a tortura como parte do sucesso obtido, Brennan não demonstra muito entusiasmo ao insistir que "houve um conjunto de informações provenientes de diversas fontes, entre elas alguns detidos".
Osama bin Laden é morto no Paquistão
No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .
A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Enquanto a secretária de Estado dos EUA afirmava que a batalha contra o terrorismo continua, o alerta disseminado em aeroportos horas depois da notícia simboliza a incerteza do impacto efetivo da morte de Bin Laden no presente e no futuro.
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