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Internacional
Domingo - 01 de Maio de 2011 às 20:41

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Uma multidão furiosa atacou prédios diplomáticos na capital da Líbia, Trípoli, neste domingo, em resposta ao último ataque da Otan, a aliança militar ocidental, ao complexo residencial do líder líbio, Muamar Khadafi.

Segundo o governo, o filho mais novo de Khadafi e três de seus netos foram mortos no ataque.

Os partidários do coronel atearam fogo às instalações da embaixada britânica e atacaram as embaixadas da Itália e dos Estados Unidos.

Por causa do incidente, a Grã-Bretanha anunciou a expulsão do embaixador líbio do país.

O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que "a Convenção de Viena exige que o governo de Khadafi proteja as missões diplomáticas em Trípoli. Ao falhar, o regime novamente faltou com suas responsabilidades e obrigações internacionais".

O governo líbio disse lamentar o vandalismo e culpou uma "multidão incontrolável" pelos ataques.

A ONU também decidiu neste domingo que vai retirar todos os seus funcionários estrangeiros da capital líbia, Trípoli, depois que os escritórios da organização no país foram saqueados, segundo informações obtidas pela BBC.

Os ataques a prédios da ONU e missões diplomáticas ocidentais teriam começado depois que um porta-voz do governo disse que um ataque da Otan matou o filho mais jovem do líder líbio, Saif al-Arab Khadafi, de 29 anos, e três de seus netos na noite de sábado.

No entanto, a Otan disse que o ataque foi planejado exclusivamente contra instalações militares, e não contra indivíduos em particular.

Ainda não há confirmação independente das mortes de familiares de Khadafi.

Bombardeio

Segundo o governo líbio, o coronel Khadafi e sua esposa também estavam na residência atingida pelo bombardeio da Otan na noite de sábado, mas não teriam ficado feridos.

Em fevereiro deste ano, rebeldes começaram um levante com o objetivo de colocar fim aos 40 anos de poder do coronel Khadafi.

Desde o mês passado, as forças da Otan também vêm atuando no país sob um mandato da ONU que pretende impedir a morte de civis.

"Esta foi uma operação direta para assassinar o líder deste país", disse o porta-voz do governo líbio Moussa Ibrahim.

"Como isso está ajudando na proteção de civis? Saif al-Arab era um civil, um estudante", disse Moussa.

"Ele estava se divertindo e conversando com seu pai e sua mãe, seus sobrinhos, sobrinhas e outros convidados quando foi atacado e morto."

De acordo com jornalistas que foram levados ao local, o edifício foi muito danificado e uma bomba ainda não detonada permanece no local.

Segundo um porta-voz da Otan, Charles Bouchard, o local atingido era um centro de "comando e controle".

Bouchard também disse ter conhecimento de relatos de que integrantes da família de Khadafi teriam sido mortos, mas não quis fazer comentários a respeito.

O ataque aconteceu horas depois de que a aliança militar e os rebeldes recusassem a oferta de cessar-fogo do líder líbio.

""Proteção de civis""

No âmbito do Conselho de Segurança da ONU, China e Rússia questionaram se a aliança está indo além do que estipula a resolução da ONU que autoriza "todas as medidas necessárias" para proteger civis na Líbia.

Mas o premiê britânico, David Cameron, disse que a política de ataques da Otan está "de acordo com a resolução da ONU".

"É uma questão de impedir a morte de civis através dos ataques à máquina de guerra de Khadafi, então isso envolve obviamente tanques e armas, lançadores de foguetes, mas também comando e controle", disse Cameron à BBC.

A notícia da suposta morte de Saif al-Arab Khadafi foi comemorada com salvas de tiros na cidade de Benghazi, reduto dos rebeldes.






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