Plano prevê renúncia do presidente com garantia de imunidade. Saleh enfrenta uma crescente onda de contestação desde janeiro de 2011.
Fracassa negociação para fim da crise no Iêmen
Um mediador das monarquias do Golfo na crise iemenita deixou Sanaa neste sábado à noite sem ter obtido a assinatura por parte do presidente Ali Abdullah Saleh de um plano para o fim da crise que prevê sua renúncia, anunciou à AFP um porta-voz da oposição.
O presidente Saleh disse ao secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Abdelatif al-Zayani, que se negava a assinar o acordo em "sua qualidade de presidente da República", como estipula o documento, indicou o porta-voz da oposição, Mohamed Qahtani.
"Trata-se de um ponto essencial do plano em que não cederemos", ressaltou Qahtani. Zayani transmitiu essa posição à Frente Comum (oposição) e deixou a capital iemenita, acrescentou.
Zayani havia chegado a Sanaa neste sábado para convidar os representantes do governo e da Frente Comum para a cerimônia de assinatura deste acordo, domingo em Riad, na presença dos ministros das Relações Exteriores do CCG (Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Qatar).
O plano proposto pelas monarquias do Golfo, preocupadas com a instabilidade no Iêmen prevê a renúncia, com uma garantia de imunidade, do presidente Ali Abdullah Saleh, um mês depois da formação de um governo de reconciliação nacional pela oposição.
O plano foi aprovado pela oposição e pelo partido no poder, o Congresso Popular Geral (CPG), mas nunca explicitamente por Saleh, que enfrenta uma crescente onda de contestação desde janeiro.
A oposição se nega a viajar para Riad até que o presidente assine o texto. "Estamos prontos para ir a Riad, mas com a condição de que Saleh assine o acordo", afirmou à AFP um integrante da Frente Comum.
O texto do plano prevê que o documento tenha as assinaturas do presidente do país e da oposição.
"Saleh está disposto a assinar o documento na qualidade de presidente do CPG, mas não como presidente da República", explicou à AFP o secretário-geral adjunto do CPG, Soltan al-Barakani.
No sábado, dois militares e quatro civis morreram em Adén, principal cidade do sul, em confrontos entre soldados e homens armados, segundo o Ministério da Defesa e fontes médicas.
Adén, um dos focos dos protestos, ficou paralisada neste sábado devido a uma greve geral.
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