Senador vê entraves jurídicos e dificuldades para composição partidária; agremiação começa a aglutinar lideranças
Jaime desdenha potencial político do novo partido
O senador Jaime Campos (DEM) tem dúvidas em relação ao potencial político do PSD, partido recém fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que busca atrair lideranças políticas nos Estados. Um dos motivos para sustentar sua opinião são problemas de ordem jurídica que poderão ser enfrentados pela nova legenda.
"Os candidatos a prefeitos em 2012 irão avaliar com calma a filiação. Afinal, a Justiça Eleitoral leva em consideração o peso da bancada federal para definir o tempo em rádio e TV da propaganda eleitoral. O PSD só vai ter parlamentares federais em 2015. Além disso, o PPS já ingressou com ação no Supremo Tribunal Federal questionando a constitucionalidade da troca de partido com a criação de uma legenda. Tem que aguardar tudo isso", afirmou.
O parlamentar também destaca a falta de matiz ideológica do PSD para convencer a classe política de seus projetos. "O partido não sabe se é de direita ou esquerda e qual vai a relação com o governo Dilma Rousseff".
Embora seja considerado o principal líder do DEM em Mato Grosso, em especial pelo histórico político de ser três vezes prefeito de Várzea Grande, uma vez governador e caminhar para a conclusão do mandato de senador, Jaime Campos nega que irá se articular no sentido de evitar a desfiliação de militantes democratas.
"O PSD é uma nova opção partidária que surge no Brasil. Se for validada pela legislação eleitoral, eu sou obrigado a respeitar porque vivemos numa democracia. Se alguém quiser sair, eu não vou fazer força para ninguém ficar".
Debandada do DEM
O senador Jaime Campos ainda minimizou o impacto da saída de democratas em âmbito nacional com a criação do PSD, o que enfraqueceria ainda mais a legenda que tem acumulado perda de representatividade nas últimas eleições.
"Em Mato Grosso, não acredito em fortes perdas. Nacionalmente, embora o Kassab tenha se desligado do DEM, o PSD é um movimento que atinge o PR, PMDB, PSDB, PPS e siglas menores como PMN, PHS e PTB".
A única certeza que o democrata afirma ter, neste momento, é no fortalecimento do PSD em Mato Grosso. "Será capitaneado pelo deputado José Riva que individualmente é uma das maiores lideranças políticas do Estado. Disso, não tenho dúvida".
Fusão PSDB e DEM
Uma das alternativas encontradas pelo bloco de oposição no Congresso Nacional é a fusão do PSDB e DEM para evitar esvaziamento partidário face ao surgimento do PSD. No entanto, o senador Jaime Campos descarta essa possibilidade.
"Enquanto membro da executiva nacional não observo essa movimentação. Talvez seja uma discussão que esteja imatura e estão buscando amadurecer. O senador Agripino Maia [presidente nacional do DEM] já sinalizou que devemos permanecer como DEM e buscar coligações, o que é comum no processo eleitoral que se avizinha em 2012 e 2014", defendeu o democrata.
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