Terremoto no Japão prejudica abastecimento de peças e tinta
Há três semanas, o vice-presidente da Toyota Mercosul, Luiz Carlos Andrade Junior, afirmou que o tsunami no Japão não iria interferir na produção dos carros no Brasil. Agora, mudou o discurso.
Na semana passada, a Toyota divulgou um comunicado afirmando que "irá ajustar temporariamente sua produção nas plantas de Indaiatuba (Brasil) e Zárate (Argentina), por conta do gerenciamento de peças disponíveis fornecidas pelo Japão".
Em Indaiatuba, onde produz o Corolla, a produção foi interrompida no último dia 25, assim como será nos próximos dias 6 e 20 de maio.
Na planta de Zárate, onde produz Hilux e SW4, o segundo turno será suspenso por três dias (13, 20 e 27 de maio).
Outra japonesa, a Honda também informou que "poderá haver desabastecimento de componentes a partir do mês de maio para produção de veículos no país".
Por isso, a empresa vai antecipar sua parada programada de julho para o período de 23 de maio a 3 de junho.
Nas duas montadoras, partes dos motores 1.8 e 2.0 montados no Brasil são importadas do Japão, onde muitos fornecedores da cadeia de suprimentos sofreram perdas físicas com o tsunami.
FALTA TINTA
Já o acidente nuclear da usina de Fukushima, no norte do Japão, afeta a indústria de tintas em todo o mundo.
Só lá é extraído um pigmento reagente chamado xiririca, usado em cores metálicas vibrantes, como vermelho e amarelo.
"As montadoras europeias voltaram a sua produção para as cores básicas, que não usam essa substância. E deixam de exportar carros preto, prata e branco para o Brasil, onde essas cores são mais vendidas", diz Paulo Kakinoff, presidente da Audi.
Segundo ele, alguns modelos da marca já têm fila de espera de até 120 dias. O mesmo ocorre com o BMW X1.
"Até conseguirem outro pigmento semelhante, haverá problema de abastecimento em vários mercado do mundo", prevê Vagner Galeote, presidente da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade).
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