Brasil mostra diversidade de cafés especiais
Na abertura da 23ª Feira da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA, na sigla em inglês), no final da tarde dessa quinta-feira, 28 de abril, o diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Robério Silva, afirmou que o Brasil é capaz de fornecer cafés finos ou especiais para todo tipo de mercado consumidor. “Já pensaram que em um país onde se produz muito café há muito para se escolher em termos de grãos especiais?”, questionou Silva ao público que participou da cerimônia no centro de convenções George R. Brown, em Houston, Estados Unidos. Silva representa o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, no evento.
Segundo o diretor, o Brasil volta a ser país tema do evento da SCAA, 11 anos depois, como um dos maiores fornecedores mundiais de cafés especiais e não mais como uma promessa, posição ocupada no ano 2000. “Temos uma incrível diversidade de qualidades, o que está claro no slogan ‘Um país, muitos sabores’”, disse. Silva se refere ao slogan criado para a marca Cafés do Brasil.
“Porém, ainda temos um longo caminho para fazer com que os nossos cafés especiais se consolidem no mercado. O fato de o Brasil ser o maior produtor mundial dificulta nosso posicionamento no segmento dos especiais”, considera Robério Silva. De acordo com ele, ainda existe a percepção e o estigma de que o Brasil apenas é grande em quantidade e não em qualidade. “Estamos aqui mais uma vez para mostrar que o Brasil é a terra dos cafés especiais”, completou.
Sustentabilidade
O diretor do Ministério da Agricultura ainda reforçou que o Brasil é a maior fonte de cafés sustentáveis certificados do mundo. Os produtores brasileiros, afirma, fazem o melhor para respeitar o meio ambiente e seguir a legislação nacional que trata do assunto, a mais rigorosa que existe. Silva lembrou também que, no Brasil, o café é plantado principalmente por pequenos produtores, em fazendas com, em média, 10 hectares. Mas, tanto em grandes plantações como em pequenas propriedades é possível produzir grãos de alta qualidade.
Silva informou também que no país há outro tipo de sustentabilidade – a econômica. “A eficiência da produção brasileira de café garante que cerca de 90% do preço de exportação retorne para nossos produtores, a maior porcentagem registrada em um país produtor”, afirma.
O presidente da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA, na sigla em inglês), Peter Giuliano, disse durante a cerimônia que o mercado mundial de café está mudando, exigindo mais especialização e uso de técnicas sustentáveis. “Estamos passando por uma revolução e acredito que podemos ter resultado muito positivos. Convido toda a indústria e a cadeia do café a aproveitar este momento”, concluiu. Giuliano mencionou que para este novo cenário a SCCA desenvolveu uma série de programas como os voltados para pesquisa e qualificação de baristas.
Saiba mais
A 23ª Feira da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA, na sigla em inglês) será aberta ao público nesta sexta-feira, 29 de abril e poderá ser visitada até 1º de maio, no centro de Convenções George R. Brown. Nesta edição, o Brasil é tema do evento, considerado o maior do mundo do segmento. O estande do país tem recursos digitais, como um aplicativo para Ipad e um jogo interativo para atrair e informar o público de oito mil pessoas formado por produtores, pesquisadores, baristas, torrefadores e especialistas de países produtores e consumidores. (Laila Muniz)
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