Vale aprova projeto de quarta fábrica da Samarco
A Vale informou nesta sexta-feira que o conselho de administração da companhia aprovou o projeto da quarta planta pelotizadora da Samarco, uma joint venture meio a meio da Vale com a BHP.
Com a nova planta de 8,3 Mtpa (milhões de toneladas por ano), a capacidade de produção de pelotas de minério de ferro da Samarco deverá subir para 30,5 Mtpa, segundo a Vale.
A fabricação de pelotas agrega valor ao minério de ferro da empresa, já que o produto enriquecido aumenta o desempenho dos alto-fornos das siderúrgicas.
"O start up está programado para o primeiro semestre de 2014 e o investimento total é estimado em US$ 3 bilhões, o qual não faz parte do programa de investimentos próprios da Vale", afirmou a empresa em comunicado.
Com metade da Samarco, a Vale arcará com US$ 1,5 bilhão do investimento anunciado nesta sexta-feira, segundo a assessoria da companhia.
Além da pelotizadora, o conselho aprovou a expansão do terminal marítimo Ponta Ubu, no Estado do Espírito Santo, da capacidade de processamento na mina do Germano, no Estado de Minas Gerais, e a construção da terceira linha do minerioduto de 396 quilômetros de extensão que liga a mina à planta pelotizadora.
"A terceira linha do minerioduto adicionará 20 Mtpa à capacidade atual, o que não apenas irá atender às necessidades de transporte do projeto, mas também permitirá futuras expansões", informou a Vale.
A mineradora disse ainda que todas as licenças ambientais já foram concedidas.
REAÇÃO POSITIVA
"Eles estão focando no negócio deles e isso é positivo, uma nova pelotizadora é uma notícia boa", afirmou o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora.
Mas Galdi avalia também que, assim como a entrada da Vale no projeto de construção da usina de Belo Monte, anunciada na quinta-feira, a decisão sobre a Samarco poderá dar margem a especulações sobre a ingerência do governo na companhia, temor surgido durante o processo demissionário de Roger Agnelli, presidente que fica até maio.
"Belo Monte era mais emblemático e acabou sendo tratado como uma ingerência do governo, mas é bom para a empresa também, ela precisa de energia", explicou.
De acordo com Galdi, apenas com a divulgação do próximo plano de negócios da companhia, o que só ocorre normalmente no final do ano, será possível perceber se o rumo da companhia será alterado, afirmou o especialista.
As ações da Vale operavam voláteis nesta quinta-feira, mas de acordo com Galdi refletiam mais o mercado do que as últimas notícias divulgadas pela companhia.
"Estão saindo muitos estrangeiros da Bolsa brasileira e a Vale é a "queridinha" dos estrangeiros", explicou, afastando um possível mau humor do mercado com o papel.
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