Punição havia sida aplicada em 2009, mas havia sido anulada por decisão do Conselho Federal
Samir Kehdi é novamente condenado à censura pública
O médico cirurgião plástico Samir Kehdi foi novamente condenado a pena de censura pública pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), em julgamento realizado na noite de ontem (26). Ele é acusado de erro médico durante procedimento cirúrgico que levou à morte da gerente administrativa Rosimere Aparecida Soares. O fato aconteceu no final de dezembro de 2007, em Cuiabá.
Em dezembro de 2009, Kehdi havia sido condenado à pena de censura pública pelo CRM. No entanto, a punição foi anulada recentemente pelo Conselho Federal de Medicina, sob alegação de que houve "vício procedimental".
Conforme o MidiaNews apurou, o julgamento foi tenso e terminou com dez votos a favor da penalidade de censura pública, acompanhando o voto do relator Elton Hugo Maia Teixeira. Sete conselheiros votaram a favor da pena de advertência confidencial em aviso reservado.
A penalidade não condiz com o pedido da defesa da mãe da vítima, Suede Clemente Soares. O advogado Alfredo Gonzaga afirmou que irá recorrer da decisão junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM), para que seja aplicada uma pena mais severa ou até mesmo a cassação do registro profissional.
A votação foi dividida em duas partes, sendo a primeira para decidir pela condenação ou absolvição do cirurgião. Já a segunda para deliberar sobre qual a penalidade aplicada, onde houve divergências entre os membros do Conselho de Ética.
A pena somente será aplicada, quando transitar em julgado a decisão do Conselho Federal de Medicina, uma vez que a defesa da mãe de Rosimere vai recorrer da decisão.
Homicídio culposo
Em julho deste ano, o cirurgião Kehdi foi condenado por homicídio culposo (sem intenção de matar), conforme decisão da juíza Maria Cristina de Oliveira Simões, que respondia pela 10ª Vara Criminal de Cuiabá, quando o processo foi instaurado.
De acordo com a sentença, a pena foi fixada em um ano de detenção, com aumento de quatro meses por inobservância de regra técnica da profissão. No entanto, foi revertida em prestação de serviços à comunidade, no Hospital do Câncer, durante um ano, com oito horas semanais, inclusive, aos sábados. Além disso, o cirurgião foi multado em dez salários mínimos.
A defesa da família da vítima ingressou na Justiça com pedido da revisão da pena imputada ao médico. A defesa de Khedi também entrou com recurso. Ambos foram acatados pela 10ª Vara Criminal de Cuiabá e estão no Tribunal de Justiça para apreciação.
Outro lado
A reportagem tentou contato com Samir Khedi, mas ele não foi localizado para falar sobre o assunto.
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