Marine Le Pen disse também que não vai voltar atrás na sua decisão de expulsar um vereador de 21 anos da Frente Nacional que foi fotografado fazendo a saudação nazista. A decisão da dirigente se mantém mesmo com as reclamações das principais figuras do partido, incluindo o seu pai, o antigo líder do partido Jean-Marie Le Pen.
Le Pen, que foi apontada em pesquisas de intenção de voto como presença provável no segundo turno por conta da baixíssima popularidade do presidente Nicolas Sarkozy, é vista como alguém que dá à Frente Nacional um rosto mais aceitável para os eleitores.
Antes do evento de domingo, Le Pen disse que vai tentar com mais afinco evitar que os extremistas manchassem a reputação do partido. "Nós fomos vítimas no passado. E ainda somos vítimas algumas vezes por conta de ações de provocadores", disse ela à rádio RTL. "Eles atraem as câmeras como moscas e tentam conseguir alguma publicidade. É completamente normal tentarmos nos proteger desse tipo de provocações."
Le Pen garantiu que o partido sempre pediu aos organizadores regionais para excluir os extremistas, mas não era fácil garantir que as instruções fossem seguidas em um evento com milhares de pessoas. "Eu vou garantir que elas sejam (desta vez)", disse.
Uma ex-advogada com boa desenvoltura em frente às câmeras, Le Pen tem procurado atrair, desde que assumiu o comando do partido em janeiro, um número maior de eleitores franceses que estão cansados com o aumento do desemprego, salários estacionados e o que ela chamou de uma "invasão" de imigrantes, especialmente do Norte da África.
Em 2002, o pai de Le Pen chegou ao segundo turno das eleições presidenciais, se aproveitando da desilusão com os partidos tradicionais, antes de perder para Jacques Chirac.
Marine Le Pen, recentemente classificada pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, disse que o governo Sarkozy não fez o suficiente para diminuir a imigração e elogiou o primeiro ministro inglês David Cameron.
Cameron disse neste mês que a Inglaterra não quer "imigração em massa" e que a falta de vontade dos imigrantes de aprender inglês e se integrar tem causado problemas em várias comunidades. "O senhor Cameron tomou as rédeas do problema e propôs uma redução drástica. Isto é o que a França precisa fazer", disse Le Pen.
A crescente popularidade da Frente Nacional forçou Sarkozy a reforçar a sua retórica sobre crime, imigração e assimilação de estrangeiros, o que gerou críticas da esquerda francesa sob o argumento que ele está se curvando à extrema-direita.
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