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Nacional
Quarta - 27 de Abril de 2011 às 13:27

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O Brasil está refém de Belo Monte. A afirmação é da ex-senadora Marina Silva (PV-AC), ao avaliar o planejamento energético do país para os próximos anos, que ela considera insuficiente.

Para ela, a mega usina hidrelétrica, que terá mais de 11 mil MW (megawatts) de capacidade instalada, não tem viabilidade econômica e social. Marina frisou que o setor público sustenta o projeto, diante da falta de interesse de agentes privados.

"A gente vive com a corda no pescoço a cada ajno, com risco de apagão. Não podemos ficar reféns de um empreendimento como Belo Monte. Vão passar por cima dos [índios] caiapós e fazer de qualquer jeito?", afirmou na noite de terça-feira, em debate na UFRJ, no Rio, que discutiu o uso de energia nuclear.

Marina Silva admitiu a utilização da região Amazônica para viabilizar alguns projetos, desde que sejam utilizados rigorosos critérios ambientais. Segundo ela, até pouco tempo atrás, as usinas do rio Madeira eram apresentadas como a grande solução do país.

"Passaram-se alguns meses e veio Belo Monte. Daqui a pouco, aparece outro projeto desse tipo", observou.

Se o país priorizasse o investimento em biomassa, com a produção a partir do bagaço de cana de açúcar, o Brasil poderia gerar o equivalente a três usinas de Belo Monte, destacou a ex-ministra do Meio Ambiente.

Não há justificativa econômica e, especialmente, ambiental, para se construir novas usinas nucleares, acrescentou Marina, lembrando ter votado contra o projeto de Angra 3 dentro do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), quando era ministra, no governo Lula.

Ela defendeu que o Brasil precisa experimentar uma "desadaptação criativa" na área de energia, ou seja, reduzir a dependência de combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão, em troca do uso cada vez maior de energias alternativas.

"As energias limpas já não são mais consideradas como nichos, e sim como fontes que geram tecnologia e emprego. Vamos inviabilizar o planeta se o foco for mantido nos combustíveis fósseis", observou.






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