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Expectativa é do superintendente da PF em Mato Grosso, Élzio Vicente da Silva
Polícia Federal quer finalizar as investigações em março
A Polícia Federal espera finalizar, até março do próximo ano, e encaminhar no mês seguinte o relatório conclusivo ao Ministério Público Federal a respeito da Operação Ararath, ação que investiga a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.
A expectativa foi apresentada ao MidiaNews nesta semana pelo superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Élzio Vicente da Silva.
“O que estamos fazendo nesse momento é concentrando esforços para finalizar, com todos os fatos esclarecidos, com atribuição de responsabilidade para quem praticou esses fatos, o mais rápido possível. E, em um cenário ideal, esse prazo seria março ou abril”, afirmou.
"O que estamos fazendo nesse momento é concentrando esforços para finalizar, com todos os fatos esclarecidos, com atribuição de responsabilidade para quem praticou esses fatos, o mais rápido possível"
No mês passado, a fase ostensiva foi deflagrada, com três etapas e 27 mandados de busca e apreensão cumpridos. Um dos alvos principais é o empresário Júnior Mendonça, da Amazônia Petróleo.
Alem de Mendonça, são investigados, até o momento, o bacharel em Direito Tiago Dorileo, o juiz federal Julier Sebastião Silva, por supostamente favorecer a Encomind Engenharia Comércio e Indústria Ltda., em decisão judicial, e o Consórcio Planservi-Sondotécnica, empresa que auxilia a Secretaria da Copa 2014 (Secopa) a gerenciar as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
O superintendente ponderou, no entanto, que não será o tempo o fator de relevância para que as investigações cheguem ao fim.
“É óbvio que a gente vive em um contexto e tem a preocupação em relação ao tempo. Não trabalhamos com essa agenda, mas sabemos, por exemplo, que ano que é vem é ano eleitoral e também temos a Copa do Mundo. Nossa concentração é no sentido de encerrar as investigações o mais rápido possível, óbvio que o tempo não será o fator para o fim delas”, disse.
Análise de materiais
Outra preocupação, segundo o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, são os documentos e mídias, entre elas celulares, HDs e notebooks, que ainda estão sendo avaliados e podem indicar a necessidade de novas fases.
“Não posso dizer que as buscas e apreensões estão encerradas. Se eu disser que sim, posso estar sendo mentiroso. Pode ser que amanhã, ao analisar uma mídia ou um documento, haja necessidade de agir imediatamente”.
Além da análise dos materiais, a Polícia ainda realizará interrogatórios, tanto com investigados como com possíveis colaboradores.
Apenas ao fim de todas essas fases o relatório final será repassado ao Ministério Público Federal.
“Vale ressaltar que o nosso objetivo, enquanto Polícia Federal, é trabalhar para ter março como prazo, mas o Ministério Público pode pedir mais detalhes que julguem achar necessários”, disse Vicente.
Operação Ararath
A investigação teve início em 2011, com a finalidade de apurar a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional (operação clandestina de instituição financeira) e lavagem de dinheiro.
O grupo investigado utilizava-se de empresas de factoring (fomento mercantil) como fachada para concessão de empréstimos a juros a diversas pessoas físicas e jurídicas no Estado, tendo como base operacional a empresa Globo Fomento Mercantil, em Várzea Grande.
Segundo as informações, a empresa, oficialmente, encerrou suas atividades em 2012.
Os recursos eram movimentados nas contas das factorings e outras empresas do grupo, entre as quais se encontra uma grande rede de postos de combustíveis da Capital.
Fases 1, 2 e 3
A primeira fase da Operação foi deflagrada em 12 de novembro, para investigar crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro por meio de factorings. Na ocasião, foram expedidos11 mandados de busca e apreensão.
O empresário Junior Mendonça, dono dos postos da rede Amazônia Petróleo, foi o principal alvo das buscas e apreensões.
Na segunda fase da operação, em 25 de novembro, o leque de crimes investigados se ampliou, e outros sete mandados foram expedidos. O juiz federal Julier Sebastião da Silva chegou a ser alvo de buscas e apreensões em sua residência e em seu gabinete.
A suspeita é que ele teria favorecido a empresa Encomind Engenharia Com. e Indústria Ltda. em decisões judiciais. O bacharel em Direito Tiago Dorileo também foi alvo, sob suspeita de ser lobista.
A terceira fase da Ararath ocorreu última segunda-feira (16) e cumpriu sete mandados de busca e apreensão. O único local divulgado em que os mandados foram cumpridos foi o o Consórcio Planservi-Sondotécnica, que ajuda a Secopa a gerenciar as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande.
Além da empresa a PF cumpriu outros seis, sendo cinco em Cuiabá, um em Várzea Grande e um em Tangará da Serra. Os alvos foram duas empresas e cinco pessoas físicas.
Fonte:
Mídia News
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