Mercado reduz ímpeto de alta e Bolsa sobe 0,26% no fechamento
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve uma abertura instável, ensaiou uma recuperação mais forte mas encerrou o pregão desta terça-feira com ganhos somente modestos. E prevaleceu a cautela com a pesada agenda econômica dos próximos dias.
Nas Bolsas europeias e americanas, o investidor se animou com os lucros mais robustos de grandes empresas, como 3M, Ford e Coca-Cola.
"A Bovespa precisa romper o patamar dos 68 mil pontos para vermos uma sinalização da força dos compradores. Enquanto isso não acontecer, eu acho que a Bolsa ainda deve continuar "patinando". O problema é que está faltando comprador na praça", comenta Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora.
O profissional chama a atenção para o desempenho das "blue-chips" (ações mais movimentadas pelos investidores), que têm apresentado desempenho frustrante. No pregão de hoje, a ação preferencial da Petrobras subiu apenas 0,07%, enquanto a ação preferencial da Vale, 0,06%.
"Acho que investidor vai ter que se arriscar um pouco mais [para apurar ganhos]. Alguns setores mostram oportunidades melhores, como os papéis de energia elétrica, que pagam bons dividendos e ganham com a inflação mais alta [devido ao reajuste de tarifas]", acrescenta.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 0,26% no fechamento, aos 67.144 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,43 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avançou 0,93%.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,564, em um declínio de 0,57%. Trata-se da menor taxa cambial desde 4 de agosto de 2008. Já o dólar turismo foi vendido por R$ 1,680 e comprado por R$ 1,510 nas casas de câmbio paulistas.
Pesquisa S&P/Case-Shiller mostrou que os preços dos imóveis nos EUA caíram 1,1% em fevereiro, na comparação com janeiro, emendando o sétimo mês consecutivo de retração para esse indicador.
E o instituto Conference Board detectou um aumento no otimismo dos americanos a respeito da economia de seu país: o índice elaborado a partir de respostas de consumidores teve uma leitura de 65,4 pontos em abril ante 63,8 em março, batendo as expectativas de Wall Street (consenso das projeções em 64,8).
No front doméstico, o Banco Central reportou que as transações correntes (que computam as compras e vendas de bens e serviços entre o Brasil e os demais países) registraram deficit de US$ 5,67 bilhões em março, e de US$ 14,63 bilhões no trimestre.
Com a entrada massiva de investimentos estrangeiros, no entanto, o balanço de pagamentos do país (medida mais ampla das transações do país com o exterior) foi superavitário em US$ 9,53 bilhões em março e em US$ 27,64 bilhões no ano.
EMPRESAS
A gigante do setor automobilístico Ford reportou um lucro líquido de US$ 2,55 bilhões, ou US$ 0,61 por ação, ante US$ 2,09 bilhões, ou US$ 0,50 por ação, um ano antes. Trata-se do melhor resultado para um primeiro trimestre, na história da montadora, desde 1998.
A fabricante americana de artigos para escritório 3M reportou um lucro de US$ 1 bilhão --ou US$ 1,49 por ação- para o exercício do primeiro trimestre deste ano, em um crescimento de 16% sobre o resultado no mesmo período de 2010. Analistas projetavam um lucro de US$ 1,44 por ação.
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