Forças leais a dois comandantes militares renegados lutaram contra o Exército do Sul (SPLA), nos Estados de Jonglei e Unity, matando soldados, rebeldes, civis e tribais do norte, disse o porta-voz do SPLA, Malaak Ayuen.
Sudaneses do Sul votaram em janeiro para se separar do norte, que vai separar em duas a maior nação da África em julho. O referendo foi prometido em um acordo de paz em 2005, que acabou com décadas de guerra civil.
Analistas dizem que o sul, que é produtor de petróleo, poderá fracassar como Estado depois da independência e desestabilizar toda a região.
Este ano, o SPLA entrou em conflito armado contra pelo menos sete milícias rebeldes. A região também é assolada por conflitos tribais tradicionais e enfrenta incursões de rotina no oeste por rebeldes do Exército de Resistência do Senhor, de Uganda, de acordo com a ONU.
A violência em nove dos dez Estados do sul já matou mais de 800 pessoas — sem contar os que morreram nas últimas duas semanas — e deslocou quase cem mil pessoas.
Ayuen disse que uma ofensiva no Estado de Unity liderada pelo ex-oficial do SPLA Pedro Gadet matou 101 pessoas desde terça-feira.
"Na luta no Estado de Unity, perdemos 26 soldados do SPLA e pelo menos 70 rebeldes foram mortos, provavelmente mais", disse ele, acrescentando que o dados não incluem um confronto no domingo.
Três mulheres e duas crianças morreram vítimas de bala perdida. Os outros mortos eram combatentes, disse ele.
O governo semiautônomo do sul acusa Cartum de apoiar e mobilizar as milícias contra Juba para criar instabilidade e manter o sul fraco e dependente da infraestrutura de petróleo do norte. Cartum nega a acusação.
Cerca de 75 por cento da produção petrolífera do Sudão (de 500 mil barris por dia) vem do sul, mas as refinarias e porto estão no norte.
A produção de petróleo no estado de Unity foi prejudicada pela violência, de acordo
com funcionários do estado, que frisaram a ameaça que a insegurança representa para a economia.
Tanto o SPLA e as milícias rebeldes foram acusados de violações direitos humanos na crise atual, o que o SPLA nega.
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