Quase metade da lista dos filmes de Tribeca neste ano, que buscam contratos de distribuição e divulgação no evento, são não-ficção, um gênero tradicionalmente forte no festival independente que é realizado em Nova York até maio.
Nos anos anteriores, o festival já serviu de porta de entrada dos documentários para um reconhecimento maior na indústria, incluindo filmes como "Um Táxi para a Escuridão", do diretor Alex Gibney, vencedor de um Oscar, cujo novo filme sobre esportes "Catching Hell", estreia no sábado.
Mas diversos documentários norte-americanos neste ano analisam questões que afetam os cidadãos comuns, como "Semper Fi: Always Faithful", que acompanha a luta do sargento aposentado da Marinha Jerry Ensminger em sua batalha de 14 anos para expor a água contaminada do acampamento de Lejeune, base da Marinha na Carolina do Norte.
Ensminger perdeu uma filha, de 9 anos, por leucemia em 1985, depois que ele passou 11 anos vivendo na base. Com sua morte, ele iniciou uma luta para descobrir e divulgar as respostas, e uma investigação federal revelou a presença de substâncias tóxicas na água de Lejeune, entre 1957 e 1987.
"The Bully Project", do diretor Lee Hirsch, acompanha famílias norte-americanas devastadadas pelo bullying. O tema esteve muito presente nos programas de TV norte-americanos nos últimos anos, em decorrência de suicídios como o de Carl Walker Hoover, de 11 anos, que se enforcou em 2009 após ser alvo de bullying pelos colegas de escola em Springfield, Massachusetts.
O documentário mostra famílias de Texas até Oklahoma vítimas do bullying, incluindo duas que tiveram filhos que cometeram o suicídio. O filme aponta para a falta de preparo das escolas e comunidades para proteger as famílias, e a falta de educação, que poderia estimular a intervenção de terceiros
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