Combate na fronteira entre Tailândia e Camboja deixa 12 mortos

Três dias combates entre soldados tailandeses e cambojanos em uma em uma área de selva reclamada pelos dois países deixaram ao menos 12 mortos. O ministro de Relações Exteriores da Tailândia pediu nesta segunda-feira por um diálogo direto com o Camboja para evitar mais confrontos no pior episódio entre os países vizinhos em quase duas décadas.

Seis soldados cambojanos e quatro tailandeses morreram nos confrontos na sexta-feira (22) e sábado (23). Um paramilitar tailandês morreu no domingo, assim como um soldado cambojano, segundo fontes militares dos dois países. Um outro oficial cambojano é considerado desaparecido desde a sexta-feira.

Camboja e Tailândia já travaram diversas batalhas nos últimos anos na selva, perto de antigos templos situados em uma fronteira que nunca foi completamente demarcada, em consequência das minas depositadas durante décadas de guerra civil no Camboja.

Os confrontos ocorreram perto de dois templos hindus --Ta Moan e Ta Krabey-- do século 12. A Tailândia diz que as ruínas históricas ficam em sua província Surin e o Camboja insiste que ficam em seu território.

Os confrontos foram maiores ao redor do Ta Moan, um complexo com três templos incrustados em uma passagem montanhosa. Ambos os lados estão posicionados também em Ta Krabey, onde os confrontos começaram na sexta e onde o Camboja foi acusado de montar bases militares.

O Ministério de Defesa do Camboja disse que os bombardeios tailandeses danificaram os templos, sem dar mais detalhes. Ele afirmou ainda que vilas civis foram atingidas cerca de 20 km dentro do território cambojano.

O ministério disse ainda que cerca de 17 mil foram retirados do local e uma escola e dez casas foram destruídas.

Nesta segunda-feira, não foram ouvidos disparos, mas jatos tailandeses sobrevoaram a região.

Em fevereiro, confrontos similares mataram 11 perto do templo de Preah Vihear, cerca de 150 km ao leste.