Rebeldes líbios dizem que 36 morreram em Misrata desde sábado
Pelo menos 36 pessoas foram mortas em ataques na cidade de Misrata por forças leais ao líder Muammar Gaddafi desde sábado, disse um porta-voz rebelde.
Segundo ele, oito pessoas foram mortas em bombardeios no domingo e 28 no sábado. Mais de 100 ficaram feridas durante o mesmo período, afirmou o porta-voz Safieddin.
"As brigadas de Gaddafi, usando foguetes Grad, fizeram bombardeios aleatórios no domingo. Eles alvejaram diversas áreas aqui. São oito mártires. Trinta e quatro pessoas também ficaram feridas", disse.
Soldados do governo capturados disseram que receberam ordens para recuar da cidade costeira depois de um sítio de quase dois meses. E os rebeldes que lutam para derrubar Gaddafi declararam a vitória na cidade no sábado.
"A situação é muito perigosa", disse o porta-voz dos rebeldes Abdelsalam por telefone de Misrata.
"As brigadas de Gaddafi começaram a bombardear a esmo de manhã bem cedo. O bombardeio continua. Eles alvejaram o centro da cidade, em especial a rua Trípoli e três áreas residenciais."
Ele não deu indicações do número de mortos. Centenas já morreram na luta por Misrata, a única cidade no oeste do país que está nas mãos dos rebeldes.
Em Benghazi, a leste e que está sob controle dos rebeldes, um porta-voz militar dos rebeldes disse que estava cético em relação à retirada das forças do governo de Misrata. "Não acho que isso seja uma retirada de verdade", disse Ahmed Bani à Reuters.
Ele sugeriu que as tropas leais ao governo podem estar tentando aumentar a tensão entre Misrata e as cidades vizinhas e que as tropas de Gaddafi podem voltar a Misrata depois sob o disfarce de estar intervindo para proteger as tribos locais dos rebeldes.
"Gaddafi quer fazer parecer que o povo não tem um problema com ele, mas que o povo tem, na verdade, um problema com as tribos. Isso é um delírio", ele disse.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Líbia, Khaled Kaim, disse na sexta-feira que o Exército "deixaria nas mãos do povo de Misrata e das tribos dali a decisão de como lidar com a situação, se por meio da força ou de negociações".
O secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague, também disse duvidar que as forças de Gaddafi iam realmente recuar.
"Isso pode ser uma preparação para mais batalhas em estilo de insurgência, sem uniformes ou tanques, portanto não significa que o regime de Gaddafi saiu de Misrata", disse ele à BBC.
ARMAS
A Inglaterra e a França têm liderado os ataques aéreos contra as forças de Gaddafi para proteger os civis da Líbia numa operação autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU no dia 17 de março.
Os Estados Unidos também enviaram aviões bombardeiros de controle remoto e usaram-nos pela primeira vez no sábado para atacar o local onde estava um lançador de mísseis perto de Misrata.
Até agora, os rebeldes não têm conseguido avançar da parte oriental da Líbia e tem ficado mais concentrados em batalhas nas estradas costeiras entre as cidades de Ajdabiyah e Brega.
O porta-voz rebelde Bani disse que os rebeldes do Leste ainda continuavam em situação inferior às forças de Gaddafi quando se trata de poder de fogo.
"Se obtivermos armas, acho que podemos resolver esse problema em no máximo um mês", disse ele.
Os países ocidentais temem envolver-se ainda mais no conflito de um terceiro país muçulmano depois das guerras no Iraque e no Afeganistão. Portanto, eles têm se mostrado relutantes em dar armas aos rebeldes. Mas a Inglaterra e a França já disseram que vão enviar assessores militares e a Itália está considerando enviar pessoas para treinar as tropas rebeldes.
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