O vice-ministro líbio das Relações Exteriores, Khaled Kaaim, informou na noite deste sábado que as forças armadas do regime suspenderam suas operações em Misrata, mas conservarão suas posições a espera de uma solução pacífica intermediada pelas tribos. "As forças armadas não sairão de Misrata. Apenas suspenderam suas operações" contra os rebeldes, declarou Kaaim na madrugada deste domingo.
Durante o sábado, os ataques das forças leais ao ditador Muammar Kadafi mataram ao menos 26 pessoas e deixaram mais de 100 feridos em Misrata, segundo fontes médicas.
A cidade é palco de uma sangrenta guerra urbana entre forças pró-Kadhafi e rebeldes há mais de seis semanas, e segundo fontes locais, ruas inteiras foram pulverizadas com tiros e bombardeios.
Na sexta-feira, Khaled Kaim deu um ultimato ao Exército líbio: "se não resolverem o problema em Misrata, então as pessoas das cidades vizinhas de Zliten, Tarhuma, Bani Walid e Tawargha vão intervir e conversar com os rebeldes".
Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.
A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.
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