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Internacional
Sábado - 23 de Abril de 2011 às 18:01

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As Forças Armadas dos Estados Unidos confirmaram neste sábado que realizaram o primeiro bombardeio com aviões não-tripulados Predator na Líbia, como parte das operações da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no país.

Militares americanos não deram mais detalhes a respeito do ataque deste sábado. Os Estados Unidos esperam que o uso destes aparelhos possa reduzir o número de civis mortos, por serem mais eficientes e precisos do que os caças convencionais.

A coalizão internacional realiza bombardeios na Líbia contra as forças do regime do ditador Muammar Gaddafi, em cumprimento à resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em março, que autorizou ataques no país para proteger os civis.

Os aviões Predator têm a capacidade de localizar e destruir pequenos alvos a quilômetros de distância, sendo ideais para ações em áreas urbanas e povoadas. Estas aeronaves já foram utilizadas no Paquistão e no Afeganistão.

Especialistas dizem que o uso destas aeronaves nos bombardeios é sinal de um maior envolvimento dos americanos na Líbia, depois de terem entregue o comando das operações à Otan.

TRIBOS

O vice-chanceler líbio, Khaled Kaim, indicou neste sábado que tribos leais a Gaddafi poderão assumir o lugar do Exército e combater os rebeldes na cidade portuária de Misrata, no oeste do país, caso os militares não tenham sucesso em sua ofensiva.

Misrata vem sendo fortemente atacada pelas forças de Gaddafi há semanas. Agências de ajuda afirmam que a cidade já enfrenta uma crise humanitária. Grupos de direitos humanos estimam que mais de mil pessoas já tenham morrido nos combates.

"Foi colocado um ultimato para o Exército líbio. Se ele não resolver o problema em Misrata, então o povo da região tomará a iniciativa", disse o vice-chanceler.

Segundo o vice-chanceler, as tribos reclamam que as vidas de seus integrantes estão prejudicadas devido aos combates em Misrata, que interromperam o tráfego na principal estrada costeira da região e impedem o comércio.

De acordo com Kaim, as tribos tentariam primeiramente persuadir os rebeldes a deixar suas armas, mas caso isto não funcione, eles deverão agir. Nesta situação, os militares ficariam onde estão, disse o vice-chanceler.

No entanto, o coronel Ahmed Bani, porta-voz militar dos insurgentes na cidade de Benghazi, disse que Gaddafi está "jogando".

"Ele não é estúpido e não vai permitir que as suas forças deixem Misrata", disse Bani, de acordo com o correspondente da BBC em Benghazi Peter Biles.

O editor de Oriente Médio da BBC, Jeremy Bowen, que está em Trípoli, afirma que, segundo o regime, a razão pela qual Khadafi está relativamente seguro no oeste líbio é que as principais tribos - que possuem muito poder e influência no país - estão do seu lado.

No entanto, o governo já usou a perspectiva de uma guerra civil tribal como um aviso aos líderes rebeldes e à Otan. Assim, segundo Bowen, é possível que o vice-chanceler estivesse não fazendo uma ameaça, mas sim retratando a realidade da situação das tribos.

O regime está se vendo cada vez mais isolado e está torcendo para algum tipo de solução diplomática, afirma o editor da BBC.

TRÍPOLI

Enquanto isso, as forças da Otan realizaram mais bombardeios em Trípoli neste sábado. O governo líbio afirma que três pessoas morreram nos ataques.

Jornalistas estrangeiros foram levados por representantes do regime a um bunker de concreto que sofreu dois ataques, próximo ao complexo de Bab al-Azizia, principal centro de proteção de Khadafi na capital. Autoridades afirmam que a área possui civis.






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