Executivos que participam do 10º Fórum Empresarial, na Bahia, reclamaram neste sábado a formação de mais engenheiros no Brasil. Segundo o presidente da consultoria Accenture, Roger Ingold, o País forma cerca de 40 mil engenheiros por ano, contra 400 mil que são formados na China. O empresário citou exemplos de países asiáticos, como a Coreia do Sul, que investiram na formação desses profissionais e estão colhendo frutos. "A Philips anunciou o fim da fabricação de televisores por causa dos asiáticos", disse Ingold sobre o anúncio da fabricante europeia, no começo da semana, que deixará a atividade dada a competição, principalmente, com as sul-coreanas LG e Samsung.
O empresário Jorge Gerdau Johannpeter, que foi anunciado durante o fórum como coordenador de uma câmara de gestão e competitividade a ser criada pelo governo federal, também citou os sul-coreanos como paradigmas para a formação do trabalhador brasileiro. Gerdau citou que a grande maioria das empresas brasileiras são pequenas e não têm condições financeiras de capacitar mão-de-obra. "Por isso, precisamos ter trabalhadores que cheguem às empresas com boa formação", afirmou o empresário.
Sobre os problemas na formação de professores, o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), disse que há uma desvalorização do profissional do ensino e pediu que haja um processo para aumentar a remuneração destes. O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), também reclamou do problema de contratação de professores. "Quando abro concurso para contratação de professores de física, química e matemática, ninguém aparece", exemplificou.
O debate ocorreu durante o painel Educação de Qualidade para um País mais Justo, parte do programa do Fórum Empresarial que acontece em Comandatuba, na Bahia, até domingo.
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