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Internacional
Sábado - 23 de Abril de 2011 às 07:55

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O vice-ministro líbio das Relações Exteriores, Khaled Kaim, disse na sexta-feira que o Exército de Muammar Kadafi pode deixar os combates em Misrata por causa dos ataques aéreos da Otan e permitir que as tribos locais liderem a luta contra os rebeldes. Kaim disse que o Exército estava se reunindo com tribos locais, que tentarão falar com os rebeldes primeiro. Se o diálogo falhar, as tribos lutarão contra os rebeldes na terceira maior cidade da Líbia.

Ele disse a repórteres que as tribos tinham dito ao Exército: "se você não puder fazer isto, nós vamos fazê-lo." "Agora há um ultimato ao Exército líbio. Se eles não conseguem resolver o problema em Misrata, então o povo da região... vai se mover", disse.

"A tática do Exército é ter uma solução cirúrgica, mas com os ataques aéreos (da Otan) isto não funciona", afirmou. O porta-voz do governo da Líbia, Mussa Ibrahim, disse na quinta-feira que a Líbia começou a armar e treinar as tribos ao redor de Misrata.

Autoridades líbias disseram controlar 80% da cidade, mas os rebeldes declararam na sexta-feira terem tomado vários edifícios centrais das forças governamentais. Centenas de combatentes e civis morreram em Misrata durante o cerco. Rebeldes manifestaram frustração com a operação militar da Otan que eles vêem como muito cautelosa.

Kaim disse que a decisão dos EUA de utilizar aviões teleguiados contra as forças do governo "será mais um crime contra a humanidade cometido pelo governo norte-americano."

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.






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