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Sexta - 22 de Abril de 2011 às 23:48

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Jornalistas, diplomatas e representantes rebeldes prestaram uma homenagem na noite desta quinta-feira, na cidade líbia de Benghazi (leste), aos dois fotógrafos ocidentais mortos no dia anterior na cidade de Misrata --Tim Hetherington e Chris Hondros, ambos de 41 anos.

Cerca de trinta pessoas com velas acesas reuniram-se no hotel Tibesti de Benghazi pouco depois da chegada dos corpos dos dois fotógrafos, trasladados de Misrata em um ferry grego fretado pela Organização Internacional para as Migrações.

"São heróis. Vieram dar testemunho do conflito ao mundo", declarou Abdel Hafiz Ghoqa, vice-presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão oficial da rebelião líbia com sede em Benghazi.

Hetherington, colaborador britânico da revista "Vanity Fair", e o americano Hondros, da agência Getty, foram atingidos por tiros de morteiro no centro de Misrata, cidade do oeste líbio. Os corpos serão repatriados a seus países de origem.

Hetherington cobriu numerosos conflitos nos últimos dez anos e recebeu muitos prêmios, entre eles o World Press Photo Award, em 2007, por suas fotos de soldados americanos no Afeganistão.

Depois realizou o documentário "Restrepo", indicado para o Oscar.

Hondros cobriu os conflitos de Kosovo, Angola, Serra Leoa, Afeganistão e Iraque. Ganhou, em 2006, a medalha de ouro Robert Capa por sua "coragem e iniciativa excepcionais" no Iraque.

REAÇÃO LÍBIA

A Líbia lamentou ontem as mortes, mas negou ter responsabilidade sobre os ataques. "Estamos muito tristes com a perda de toda vida humana, inclusive do lado dos rebeldes. Estamos realmente tristes com a perda dessas duas vidas", declarou o porta-voz do regime, Musa Ibrahim, que desejou rápida recuperação a outros dois jornalistas que ficaram ferid"Não é responsabilidade de nosso Exército. Pedimos a todos os jornalistas que não confiem nesses rebeldes e não fiquem perto deles. Se quiserem reportagens, podem pedir um visto para entrar legalmente no país", disse ainda Ibrahim.

O porta-voz afirmou que a Líbia encontra-se "em tempos de guerra e que há riscos para a segurança" dos jornalistas. O acesso a regiões de conflito "não pode ser livre e total", completou.

Ibrahim disse que Misrata, cidade localizada a 200 km a leste de Trípoli, é "uma região perigosa".

"Os rebeldes não foram treinados para proteger jornalistas", declarou ele.






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