Milhares de jornalistas estão sendo esperados na capital: a tribuna para a imprensa, com a pintura ainda fresca, ergue-se diante da entrada real da abadia de Westminster, por onde passarão no dia 29 de abril o príncipe e sua noiva. Cem fotógrafos e 250 jornalistas estarão aí na sexta-feira que vem.
Na ocasião, Kate, descendendo de um Rolls Royce Phantom, deixará ver pela primeira vez seu vestido de noiva.
Para não fazer vergonha à sua nova princesa, Londres também começou a fazer sua toilette.
No Mall, artéria real que leva ao palácio de Buckingham, imensas bandeiras britânicas nas cores azul-branca-vermelha estão sendo hasteadas entre os castanheiros em flor. Sob suas sombras desfilará a carruagem com os jovens, depois de casados.
Para não irritar as milhares de pessoas que vão esperar ao longo do Mall, operários instalam alto-falantes para retransmitir a cerimônia. A dois passos dali, a grama do parque Saint James já é de um verdor impecável; os junquilhos foram limpos um a um e os bancos foram virados para o sol.
Em Whitehall, a avenida dos ministérios, que fica no percurso do cortejo, os valentes ingleses do memorial da "Grande Guerra" receberam uma limpeza especial, com seu bronze reencontrando o brilho de antigamente. E a "Horse Guard" teve sua couraça lustrada, para grande alegria de hordas de turistas que posam a seu lado.
O vendedor de suvenires da loja próxima, Richard Hudson, está contentíssimo com as vendas.
Sob o olhar curioso de um vendedor que varre a calçada, dezenas de repórteres já se aglomeram diante do palácio de Buckingham.
Para que o dia seja impecável, os ensaios oficiais se sucedem. Após a cavalaria e as trombetas reais, os "foot guards", reconhecíveis pelo chapéu de pele de urso, preparam-se para o desfile.
Mas, a dois passos da abadia de Westminster, a paisagem é menos policiada: por falta de decisão judicial para expulsá-los, militantes pela paz "peacecampaigners" acampam na praça do Parlamento, em meio a faixas pintadas de vermelho, para imitar sangue, para denunciar os "dois milhões de mortos no Iraque".
Maria Gallastegui, que ocupa o lugar há cinco anos, não pôde se impedir de ceder à euforia ambiente: num dos lados de sua tenda, de frente para a abadia, ela pintou em letras vermelhas : "William ama Kate" dentro de um grande coração estilizado.
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