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Internacional
Sexta - 22 de Abril de 2011 às 17:38

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A Suprema Corte do Paquistão decidiu nesta sexta-feira inocentar cinco de um grupo de seis homens acusados de estuprar coletivamente uma mulher seguindo ordens de um conselho de anciãos da vila onde viviam.

O tribunal ordenou a libertação imediata dos cinco homens. Um sexto homem que participou do estupro coletivo teve sua sentença de morte trocada por prisão perpétua.

A entidade ainda não emitiu um comunicado oficial explicando a decisão, mas um tribunal de Lahore, cuja decisão nesse caso foi mantida pela Suprema Corte, disse que o veredicto se deu por falta de evidências.

Correspondentes dizem que é possível que, devido ao impacto que a decisão terá sobre as mulheres paquistanesas, o caso seja reexaminado.

ENTENDA O CASO

O estupro coletivo aconteceu em 2002. Mukhtaran Mai, uma aldeã analfabeta da província de Punjab (leste do país), foi atacada supostamente sob ordens do poderoso clã Mastoi.

Ela teria sido castigada porque seu irmão de 12 anos de idade teria tido um caso com uma mulher Mastoi e, consequentemente, teria trazido vergonha para todo o clã dela.

Em vez de cometer suicídio, como muitas mulheres paquistanesas estupradas, Mai iniciou uma batalha legal e se tornou um símbolo da defesa dos direitos das mulheres no Paquistão.

Mas, após a decisão desta quinta-feira, ela diz temer por sua vida.

"Não tenho mais fé em tribunais. Há uma ameaça sobre mim e minha família, uma ameaça de morte ou da mesma coisa (o estupro coletivo) ocorrer novamente", disse ela.

"A polícia nunca nem gravou meus depoimentos corretamente", completou.

Ela dirige um colégio para meninas em sua vila e afirmou que a decisão não a fará mudar de cidade, fechar a escola ou "interromper outros projetos".

Ali Dayan Hasan, representante da ONG de defesa dos direitos humanos americana Human Rights Watch, disse que o veredicto envia um sinal "muito ruim" para a sociedade paquistanesa.

"Ele sugere que mulheres podem sofrer abusos e mesmo serem estupradas com impunidade, e que aqueles que realizarem tais crimes podem sair livres", disse à BB






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