Confronto entre tropas de Tailândia e Camboja deixa 7 mortos
Pelo menos cinco soldados, quatro do Exército da Tailândia e três do Camboja, morreram nesta sexta-feira em um enfrentamento numa região de fronteira da qual os países disputam o controle e na qual concentram seu poderio militar.
O porta-voz do exército tailandês, coronel Sunsern Kaewkumnerd, informou que a troca de tiros de fuzil e fogo de artilharia começou ao amanhecer no distrito de Pa Nom Dong Rak, da província de Surin, situada no nordeste da Tailândia.
O confronto durou cerca de 30 minutos, embora as forças dos dois países tenham aberto fogo de maneira intermitente por mais de cinco horas, e deixou feridos outros oito soldados tailandeses.
Por sua vez, no Camboja, o porta-voz do Ministério da Defesa, general Chhum Socheat, informou à imprensa que três soldados morreram e seis se feriram.
As autoridades deram a ordem de retirar da aldeia e outras comunidades situadas nas imediações do local do enfrentamento aproximadamente 5 mil pessoas, de acordo com o governador da província, Serm Chainarong.
Segundo versões de diferentes aldeões tailandeses, o confronto foi iniciado com disparos de fuzil e seguido por explosões de morteiros, dos quais pelo menos três caíram sobre casas da aldeia de Santisuk, em solo tailandês.
O coronel Sirichan Ngathong, vice-porta-voz do Exército da Tailândia, disse que antes do início do enfrentamento os soldados observaram movimentos de tropas cambojanas no alto da colina de Bakdai, que em virtude do acordo feito em março passado não poderia ser ocupada por soldados de nenhuma das duas forças militares.
Por causa do reatamento das hostilidades, o Exército tailandês fechou por tempo indeterminado a passagem fronteiriça de Chong Chom, que liga a província de Surin com o norte do Camboja.
No começo de fevereiro, oito pessoas morreram, incluindo civis, e dezenas ficaram feridas nos combates travados durante quatro dias.
Em março passado, os governos de Camboja e Tailândia aceitaram negociar com a mediação da Indonésia a disputa territorial pelo controle de uma pequena área situada ao lado do templo de Preah Vihear, situado na fronteira comum.
No entanto, a Tailândia depois mudou de opinião e rejeitou negociar uma solução com o país vizinho, alegando que a presença de observadores indonésios na região em disputa poderia complicar a situação.
O litígio entre os países começou em 2008, quando o templo foi declarado patrimônio da humanidade e a Unesco o inscreveu dentro do território cambojano.
A Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), cuja presidência temporária é ocupada pela Indonésia, discutiu sobre o conflito em reunião realizada no final de fevereiro e sugeriu a iniciativa da mediação.
O bloco regional é integrado por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã.
A Tailândia admite que o conjunto monumental se encontra em solo cambojano, tal como sentenciou o Tribunal Internacional de Haia em 1962, mas reivindica uma área de 6,4 quilômetros quadrados situada nos arredores do templo.
Os dois países assinaram em 2000 um memorando de entendimento para criar uma comissão bilateral que delimitasse a fronteira.
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