EUA iniciam uso de aviões não-tripulados na Líbia
Os Estados Unidos estão começando a usar aviões não-tripulados armados na Líbia, tendo como alvo as forças do líder Muammar Gaddafi, depois que o presidente norte-americano, Barack Obama, aprovou o uso das aeronaves, disse o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, nesta quinta-feira.
Os aviões não-tripulados --que já são usados contra alvos militares na fronteira do Paquistão com o Afeganistão-- permitirão ataques mais precisos contra as forças de Gaddafi, disse Gates a jornalistas em entrevista coletiva.
Hoje, as tropas do governo líbio bombardearam a cidade de Misrata, controlada por rebeldes, sem se intimidar com as ameaças do Ocidente em intensificar a ação militar contra as forças de Muammar Gaddafi.
Os disparos dos morteiros mataram ao menos três rebeldes e feriram 17 nesta quinta-feira, disse um porta-voz rebelde. Confrontos intensos ocorreram mais tarde, com os disparos de armas pesadas ressoando pelas ruas e toda a área encoberta por uma grande coluna de fumaça negra.
Nas ruas entulhadas com destroços, os rebeldes e os homens leais a Gaddafi travam uma batalha feroz. Caminhonetes, partes de carro e até camas e troncos de árvores formam barricadas nas ruas.
"Os combatentes de Gaddafi nos insultam. Se estão em um prédio próximo, eles gritam conosco à noite para nos assustar. Eles nos chamam de ratos", disse um rebelde.
A terceira maior cidade da Líbia --e único bastião rebelde no oeste do país-- está sob o cerco das forças de Gaddafi há sete semanas. Centenas de pessoas morreram.
A televisão estatal líbia disse que as forças da Otan atingiram a área de Khallat al-Farjan, em Trípoli, matando sete pessoas e ferindo outras 18. A Otan afirmou que o alvo era um bunker do comando militar e não tinha indicações de ocorrência de vítimas civis.
Mais tarde, as forças da Otan atingiram a cidade de Gharyan, ao sul de Trípoli, matando e ferindo várias pessoas, disse a TV líbia. Não houve comentários imediatos por parte da Otan.
O general canadense Charles Bouchard, comandante das operações da Otan na Líbia, disse que os civis devem manter distância das forças de Gaddafi para evitar serem feridos pelos ataques aéreos da Otan. Isso permitiria que a Otan ataque com mais sucesso, afirmou ele.
Outro oficial da Otan disse na quinta-feira: "Queremos manter e aumentar a pressão sobre as unidades do front, mas o maior risco em fazer isso é haver vítimas civis."
"Cada vez mais, o equipamento militar de Gaddafi está sendo usado mais perto de áreas povoadas e de edifícios, o que torna o alvo obviamente difícil."
Os combatentes rebeldes manifestaram frustração com a operação militar internacional, que consideram muito cautelosa.
"A Otan tem sido ineficaz em Misrata. A Otan fracassou completamente em mudar as coisas no campo de batalha", disse o porta-voz rebelde Abdelsalam.
A França informou que enviará até dez assessores militares à Líbia. O Reino Unido planeja despachar uma dezena de oficiais para ajudar os rebeldes na organização e nas comunicações e a Itália considera o envio de uma pequena equipe de treinamento militar
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