Nova Arena seria incapaz de gerar rentabilidade para Mato Grosso
Verdão pode se tornar "elefante branco", aponta TCU

O novo estádio Governador José Fragelli, o Verdão, que passará a se chamar Arena Pantanal após inauguração para a Copa do Mundo de 2014, corre o risco de se tornar um "elefante branco". A análise foi apontada no primeiro relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado no início desta semana, a respeito de obras do evento.

De acordo com o relator do documento, ministro Valmir Campelo, ainda não é o momento de a luz vermelha ser acesa. Porém, o próprio relatório apresenta a possibilidade da despesa total do Governo Federal ser muito superior a inicialmente prevista.

Atualmente, entre as obras dos estádios, infraestrutura aeroportuária e portuária e mobilidade urbana, a União, através também de empréstimos conseguidos pelos Estados através da Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), prevê um gasto de R$ 23 bilhões.

Em quadro comparativo de investimentos por cidade-sede, Cuiabá aparece em nono lugar, com um investimento total do Governo Federal de R$ 1.022,90 bilhões. O valor dividido seria de R$ 454 milhões da Caixa, R$ 330 milhões do BNDES, R$ 87,5 milhões da Infraero e R$ 150 milhões do Governo do Estado.

Ainda conforme o relatório do órgão fiscalizador, o risco da Arena Pantanal se transformar em algo com pouca ou sem serventia alguma se deve ao risco que a Capital corre de ter uma baixa rentabilidade gerada com o estádio. Assim, se gastaria mais com sua manutenção do que com atividades.

A possibilidade, porém, foi refutada pelo diretor de Infraestrutura da Agência Estadual de Projetos da Copa 2014 (Agecopa), Carlos Britto. De acordo com ele, o relatório cita Cuiabá como provável local de um elefante branco pós-Copa, mas por outro lado aponta, já no final, que a análise foi feita com base apenas em empreendimentos do ramo futebolístico.

"O relatório do TCU de forma geral é positivo, mesmo porque considera regular a situação de Cuiabá nas obras da Arena Pantanal. Quanto a viabilidade econômica, vale lembrar que a nova estrutura foi pensada para ser multiuso, com a realização de shows, feiras agropecuárias, congressos, entre outros. O novo Verdão não será apenas focado para eventos relacionados ao futebol", destacou.

Outro ponto positivo, segundo Britto, é a nova estrutura da Arena, que pode "encolher", passando de 43.600 lugares para 28 mil.