Obama busca aumentar apoio com visita à sede do Facebook
O presidente dos Estados Unidos faz nesta quarta-feira uma viagem à costa oeste dos EUA que começou na sede do site de rede social Facebook, buscando recuperar o entusiasmo de sua campanha eleitoral de 2008 .
Democratas reconheceram que Obama precisará mobilizar muitas das mesmas forças que o levaram à Casa Branca para vencer a reeleição em 2012: uma legião de eleitores jovens e cheios de energia, assim como uma grande quantidade de eleitores independentes.
Ao visitar a sede do Facebook no Vale do Silício, onde o fundador do site de relacionamentos Mark Zukerberg é um "herói", Obama busca se conectar com dezenas de milhões de pessoas que adotaram a mídia social como meio primordial de comunicação.
Obama realizará uma reunião na sede do Facebook, em Palo Alto, na Califórnia, sobre maneiras de reduzir o déficit orçamentário de US$ 1,4 trilhão. Depois disso, ele vai a San Francisco para participar de evento de arrecadação de recursos para o Partido Democrata.
Ele planeja ainda paradas em Las Vegas e Los Angeles antes de voltar a Washington, na sexta-feira (22).
Obama está iniciando uma campanha para divulgar seus esforços para reduzir o déficit, no momento em que políticos e mercados financeiros se recuperam da ameaça da agência de classificação de riscos Standard & Poor"s de diminuir a classificação de crédito AAA dos EUA devido ao temor de que Washington não vá combater seus problemas fiscais.
O presidente propôs cortar US$ 4 trilhões do déficit orçamentário dos EUA ao longo de 12 anos, por meio de cortes nos gastos e aumento dos impostos sobre os norte-americanos mais ricos --plano que é fortemente rejeitado pelos republicanos.
A questão de como reduzir o déficit, projetado para atingir US$ 1,4 trilhão neste ano fiscal, subiu para o topo da agenda política das campanhas a presidente e no Congresso de 2012. Democratas e republicanos estão ansiosos por conseguir apoio para suas respectivas propostas.
Obama anunciou seu plano na semana passada e, desde que declarou formalmente sua candidatura à reeleição, no início deste semana, vem testando argumentos a apresentar ao público.
Sua viagem de três dias à Califórnia e ao Nevada lhe dará uma oportunidade de interagir com eleitores em relação à redução do déficit e outras questões econômicas, ao mesmo tempo em que levanta fundos para sua campanha.
Dados de pesquisas divulgados na quarta-feira sugerem que ele poderá encontrar plateias receptivas. Uma pesquisa ABC News/Washington Post com 1.001 eleitores mostrou que 72% são favoráveis ao aumento dos impostos sobre os norte-americanos mais ricos e 78% são contra a redução dos benefícios de saúde dos idosos. A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais.
Obama, que diz que vai adiar o início de sua campanha formal enquanto se concentra em seus deveres na Casa Branca, está se adiantando em relação a seus rivais republicanos, a maioria dos quais ainda não declarou suas candidaturas formalmente.
Ao tratar da economia em eventos em dois Estados politicamente importantes, o presidente espera demonstrar seu engajamento em uma questão que seus futuros adversários provavelmente vão explorar como uma fraqueza política sua.
POPULARIDADE EM BAIXA
Os dados da pesquisa ABC News/Washington Post divulgados na terça-feira mostram que os índices de aprovação de Obama estão em patamar baixo quase recorde causado pelo pessimismo econômico crescente entre a população norte-americana.
Os republicanos criticaram Obama por não fornecer maiores detalhes sobre seu plano para reduzir o déficit e dizem que elevar os impostos vai prejudicar a frágil recuperação econômica do país.
De acordo com analistas, o próprio fato de focar tanta energia política sobre o déficit já constitui uma mudança importante.
"Hoje isso é tudo de que todo o mundo vem falando: reduzir o déficit", disse Nigel Gault, economista da Global Insight. "Os termos do debate mudaram. Isso é um avanço."
Mas tanto Obama quanto os republicanos continuam a ver sua credibilidade questionada por críticos externos.
Dois dias após o aviso dado pela S&P, o jornal francês Le Monde publicou um artigo na quarta-feira em que o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, disse que falta aos EUA um plano de redução do déficit de médio prazo que seja digno de crédito.
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