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Nacional
Quarta - 20 de Abril de 2011 às 18:53

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Diretora do Movimento Defenda São Paulo, a arquiteta e urbanista Lucila Lacreta usa termos como "temeridade" e "absurdo" ao comentar a proposta da Prefeitura da capital paulista de se desfazer de terrenos com alto valor de mercado - caso do quarteirão no Itaim Bibi, na Zona Sul, e das áreas que abrigam a Subprefeitura de Pinheiros, na Avenida Nações, Zona Oeste.

Nos dois exemplos, a justificativa da administração municipal é que o dinheiro obtido a partir das vendas viabilizaria a construção de creches na periferia. Para a arquiteta, entretanto, o custo-benefício dessas operações seria negativo para a população. "Os únicos que estão ganhando são o mercado imobiliário e todos aqueles que o cercam. É isso que deixa a comunidade perplexa", critica.

- O pior não é só a questão do valor dos terrenos, situados em áreas nobres, muito valorizadas, mas é o valor do negócio que se irá gerar com a venda deles. Seria um lucro imobiliário fabuloso - completa. Lucila Lacreta destaca ainda outro ponto problemático. De acordo com ela, o banco de terrenos da prefeitura, com áreas destinadas a instalação dos imóveis de uso institucional, como centros esportivos, locais de atendimento médico e educacional, é escasso.

- Vender esses terrenos me parece um absurdo, porque a administração municipal precisa ter uma previsão do número de imóveis que irá utilizar para os próximos 50 anos. Acontece que, ao abrir mão desses terrenos, ela será obrigada a pagar aluguel para ter o mesmo uso em outro lugar. A prefeitura precisará gastar dinheiro público, a população terá que pagar pelo aluguel de terrenos, pagar por edificações para dispor de todos aqueles serviços localizados. É um péssimo negócio.

A diretora da Defenda São Paulo alerta que a situação de Pinheiros é ainda mais delicada.

- É o cúmulo. O terreno abriga, além do próprio imóvel da subprefeitura, vários outros departamentos, inclusive, o de obras. Ali, são depositados material de construção, caminhões, tratores. Onde que em Pinheiros há outro terreno equivalente em área para abrigar esses usos todos? A prefeitura, neste caso, estaria dilapidando patrimônio público. Não há como suprir, com outros imóveis na região, as necessidades da população daquela área.

Na análise da arquiteta e urbanista, o prejuízo será irremediável, caso o município se desfaça das áreas no Itaim Bibi e em Pinheiros.

- Ambos estão em áreas extremamente valorizadas. Perdê-los é jamais recuperar a possibilidade de ter outro terreno para atender às futuras gerações na região. É um dano irreversível. Certamente, sem a devida compensação financeira.





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