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Internacional
Quarta - 20 de Abril de 2011 às 13:35

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O Tribunal de Justiça de Madri proibiu nesta quarta-feira a realização de uma manifestação antirreligiosa organizada por seis instituições laicas espanholas prevista para esta quinta-feira.

Chamada oficialmente de "procissão ateia", a manifestação levaria às ruas faixas com dizeres como "Congregação da Cruel Inquisição", "Irmandade da Santa Pedofilia" e "Confraria do Papa do Santo Latrocínio" com o objetivo de "derrubar a hipocrisia social e moral que representa a Semana Santa Católica".

Os organizadores disseram que irão acatar a decisão judicial, mas acrescentaram que convocariam uma manifestação similar em outra data simbólica para o catolicismo.

Eles também prometem realizar um grande evento em agosto durante a visita do papa Bento 16 a Madri.

Por outro lado, a associação anti-aborto Faz-te ouvir anunciou que analisa o material de divulgação da procissão ateia para saber se é possível abrir um processo, alegando incitação ao ódio.

CHAMAS

Os organizadores da "procissão ateia" anunciaram com cartazes pelo centro da capital espanhola a hora e percurso do evento, convocado para passar diante de igrejas e ao lado de procissões católicas.

Os cartazes traziam imagens do papa e ilustrações sacras alteradas. Também foram distribuídos folhetos com a frase "a única igreja que se ilumina é a que arde (em chamas)".

O presidente da Associação Madrilenha de Ateus e Livres Pensadores, Luis Veja, disse à BBC Brasil que a proposta da manifestação era "mexer com a ideologia e a consciência católica".

"Queremos uma procissão sim, porque a palavra procissão não é exclusiva do catolicismo. E vamos continuar combatendo a hipocrisia e o fundamentalismo", afirmou.

As críticas dos laicos se concentram especialmente na intervenção do Vaticano em assuntos políticos como a liberdade religiosa, leis de aborto e casamento gay, além dos escândalos de pedofilia dentro da igreja.

Entre os críticos ao protesto estava o prefeito de Madri, Alberto Ruiz Gallardón, que disse ser contra "provocações contra a fé".

No entanto, ele disse que a prefeitura que "não se considera competente para autorizar ou recusar a celebração desta procissão" e recomendou uma decisão judicial sobre o caso.






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