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Internacional
Quarta - 20 de Abril de 2011 às 08:30

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O ministro do Exterior da Líbia, Abdelati Al Obeidi, indicou que o futuro do ditador Muammar Gaddafi como líder do país poderia ser negociado após um cessar-fogo.

Em entrevista à BBC, Al Obeidi disse que o governo líbio está comprometido com um cessar-fogo verificável, com a presença de observadores internacionais.

Após o cessar-fogo, o ministro disse que um período de transição de seis meses poderia ser seguido por eleições supervisionadas pela ONU (Organização das Nações Unidas), como foi proposto pela União Africana.

Ele disse que as eleições cobririam "qualquer questão levantada pelos líbios" e que tudo poderia ser negociado, incluindo, segundo ele indicou, o futuro de Muammar Gaddafi como líder do país.

Al Obeidi criticou, no entanto, um plano do governo britânico de enviar uma equipe militar para treinar rebeldes em logística e inteligência como parte de uma operação conjunta entre Reino Unido e França. Ele disse que isso pode prolongar os combates.

"Achamos que qualquer presença militar é um passo para trás e temos certeza de que se os bombardeios pararem e houver um cessar-fogo real, poderemos ter um diálogo entre todos os líbios sobre o que eles querem --democracia, reforma política, constituição, eleição.

Isso não pode ser feito enquanto tivermos o que está acontecendo agora", disse o ministro líbio.

COMBATES

A Líbia enfrenta um levante que já dura dois meses. Rebeldes baseados na cidade de Benghazi, no leste do país, querem colocar um fim aos 42 anos de coronel Gaddafi no poder.

Após a queda dos líderes da Tunísia e Egito, a revolta na Líbia se transformou em um conflito armado, com rebeldes enfrentando forças pró-Gaddafi em uma luta pelo controle de territórios.

A cidade de Misrata, o último reduto dos rebeldes no Oeste, vem enfrentando semanas de bombardeio pesado.

Segundo Al Obeidi, o governo líbio está fazendo o possível para garantir que organizações internacionais possam oferecer ajuda aos civis de Misrata.

A Otan, a aliança militar ocidental, está no comando do fechamento do espaço aéreo no país e as operações da coalizão tem ficado limitadas principalmente a ataques aéreos.

Em março, a ONU aprovou uma resolução que autoriza "todas as medidas necessárias a não ser a ocupação" para proteger civis.

O general Mark Van Uhm, chefe das operações aliadas, disse que as operações da Otan destruíram mais de um terço dos equipamentos militares de Gaddafi mas que a situação em terra continua inconstante e muda diariamente.






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