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Internacional
Terça - 19 de Abril de 2011 às 11:32

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Os judeus em Israel e no mundo todo começaram a celebrar nesta segunda-feira e durante uma semana sua Páscoa, uma festa caracterizada pela ausência total de produtos fermentados que lembra a libertação da escravidão no Egito faraônico.

Desde o início da manhã desta segunda-feira, em muitos bairros de Jerusalém e de outras cidades do país havia pequenas fogueiras onde os mais tradicionalistas queimavam os últimos restos de pães, que a partir da tarde ontem ficaram proibidos para comer e até ver por sete dias.

Como manda a tradição, durante a Semana Santa os judeus devem se privar de comer esse alimento e todo outro produto fermentado para lembrar o episódio bíblico do Êxodo, no qual, liderados por Moisés, escaparam do jugo egípcio há 3.500 anos.

Tendo que fugir o mais rápido possível, a narração, presente no segundo livro da Torá, conta que os judeus não puderam esperar que a massa do pão subisse e fosse assada em condições ideais.

A tradição judia entende como "fermentada" a mistura de água com algum dos cereais básicos com os quais se elabora o pão, como o trigo, centeio, cevada e aveia, durante mais de 18 minutos.

Há alguns dias, inclusive em lojas, supermercados e estabelecimentos de lazer, já haviam sido fechados os lugares destinados aos produtos com fermento e só se podem adquirir alimentos que cumpram as leis judias.

A supressão de todo vestígio de produtos "proibidos" nas casas começou há semanas, com uma limpeza rigorosa que inclui as mais minúsculas migalhas e que é seguida por sua venda simbólica a uma pessoa de outra religião.

"Não se pode ter nada de pão nem fermento na casa, portanto temos que limpá-la realmente bem, é um bom momento para deixá-la impecável", explica Inbal Nahum, um israelense que vive em Jerusalém.

Sua esposa, Matan Milas, reconhece que o que mais pesa é "não poder beber cerveja nestes dias".

Não são todos os israelenses que se empenham na "desinfecção" de fermentados, mas boa parte da população secular do Estado judeu come durante esta semana pão ázimo, chamado em hebraico "matzá", que se prepara só com farinha e água e cuja mistura se introduz quase imediatamente no forno.

Nesta festividade também é costume degustar outros alimentos que simbolizam as penúrias vividas pelo povo judeu em sua saída do Egito.

O ponto alto ocorreu nesta segunda-feira à noite com um jantar ritual conhecido como "Sêder", no qual se costuma ler a "Hagadá" de "Pessach", que descreve a façanha liderada por Moisés e sua posterior peregrinação durante décadas pelo deserto do Sinai.

Ao todo, 82% da população secular judia em Israel celebra esse rito, que entre os tradicionalistas é seguido por 98% das pessoas, segundo o Escritório Central de Estatísticas.

Esse jantar é precisamente o que foi celebrado por Jesus com seus 12 apóstolos no Monte Sião de Jerusalém, a Santa Ceia, que os cristãos lembram na próxima Quinta-feira Santa.

Também se contam episódios como o das dez pragas divinas com as quais Moisés supostamente conseguiu dobrar o Faraó após pedir encarecidamente que deixasse seu povo partir.

De acordo com o Antigo Testamento, os hebreus participaram da construção das cidades de Píton e Ramsés no Antigo Egito, embora os historiadores não concordem sobre a identidade do faraó que estava no poder na época.

A festividade é também conhecida como "Festa da Primavera" ou da "Liberdade", na qual milhares de peregrinos aproveitam para realizar uma viagem espiritual a Jerusalém.





Fonte: EFE

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