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Nacional
Sábado - 16 de Abril de 2011 às 17:20

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Deslizamentos de encostas e morros são frequentes durante as temporadas de chuvas em Santa Catarina. Desde novembro de 2008, quando 135 pessoas morreram - a maioria vítima de soterramento - no maior desastre natural da história do Estado, autoridades passaram a concentrar esforços na prevenção de danos causados pelos temporais. Na última quinta-feira, seis cidades catarinenses passaram também a integrar um plano da Organização das Nações Unidas (ONU) para reduzir catástrofes. Florianópolis, Blumenau, Jaraguá do Sul, Itajaí, Rio do Sul e Tubarão são os primeiros municípios brasileiros a receber o certificado de "cidades resilientes" do programa.

A Campanha de Redução de Desastres Naturais tem como objetivo colocar em prática uma série de programas, como a regulamentação e fiscalização de construções irregulares, investimentos em ações de prevenção, estudos sobre áreas passíveis de enchentes e deslizamentos, além de ações conjuntas entre entidades públicas e associações civis. As ações devem ser adotadas até 2015.

"Não estamos livres de novos desastres, mas esse trabalho visa a conseguirmos uma redução considerável das perdas", disse o diretor da Defesa Civil de Santa Catarina, major Márcio Luiz Alves. "Essa certificação ocorre quando os municípios aderem a essa campanha mundial para ter cidades mais resilientes, ou seja, mais preparadas para reações rápidas em casos de desastres de modo a impedir a perda de vidas como ocorreu em 2008".

O prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing, disse que as políticas de redução de desastres devem fazer parte dos programas do governo. A cidade já sofreu mais de 60 enchentes desde sua fundação. Em 2008, 24 pessoas morreram no município vítimas de deslizamentos de terra. "Blumenau foi construída no pior lugar possível, na foz do rio Garcia. Isso a tornou muito vulnerável", disse. "Estamos adotando uma política para fazer a cidade crescer para a região norte, que é a única livre de alagamentos. Ao mesmo tempo, monitoramos 30 áreas de risco permanentemente."

Metas do Milênio ajudariam a reduzir desastres, diz ONU
A campanha mundial é coordenada pelo International Strategy for Disaster Reduction (ISDR), órgão vinculado à ONU que acompanha as ações durante catástrofes como o terremoto e o tsunami do Japão, ocorrido no mês passado.

O representante da ONU nas Américas, Ricardo Mena, disse nesta quinta-feira em Florianópolis que o desenvolvimento de grandes centros urbanos está estritamente ligado às tragédias com elevado número de vítimas.

Para Mena, o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio propostos pela ONU seriam o "primeiro grande passo" para evitar mortes causadas em catástrofes climáticas. "Os objetivos estão relacionados à redução da pobreza em escala mundial. A construção de casas irregulares em áreas de risco, a falta de saneamento, educação e saúde contribuem para que grandes eventos naturais possam fazer muitas vítimas", disse. "As Metas do Milênio visam a reduzir a pobreza e conceder moradia digna às pessoas. Cumprindo os ODMs, os municípios estarão contribuindo para reduzir os riscos em catástrofes climáticas".

Tragédia de 2008
A tragédia de 22 de novembro de 2008 deixou 135 mortos e milhares de desabrigados em Santa Catarina. Cerca de 78 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas. Ao todo, 2 milhões de catarinenses foram atingidos. Apenas em Blumenau, 5,4 mil pessoas chegaram a viver em 76 abrigos montados no ápice da enchente. De acordo com a Defesa Civil, um terço do território foi atingido pelas chuvas, deixando 63 cidades em emergência e outras 14 em calamidade pública





Fonte: Terra

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