Ano de vestibular é sinônimo de dedicação, estudo e foco nas aulas preparatórias. Em meio a tantos livros e conteúdos para revisar, abandonar as festas parece ser uma consequência necessária para muitos vestibulandos. Mas será que desaparecer das baladas realmente ajuda? Segundo Alessandra Venturi, coordenadora do Poli Vestibular de São Paulo, a organização de uma rotina que concilie lazer e estudos é a chave para um bom desempenho no vestibular.
A gaúcha Débora Hütten, 17 anos, sempre se considerou uma "rata de festa", de ir toda a semana em shows e danceterias com as amigas. Porém, quando decidiu se inscrever para medicina no vestibular, logo cortou as festas da sua rotina, que agora se resume a grupos de estudo de manhã e revisão todas as tardes e noites.
"Quero passar no vestibular de medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e não consegui ano passado. Vou tentar de novo, portanto é necessário muito mais empenho. Em 2010 já deixei de ir em muitas festas para estudar e acho que isso ajudou muito. Quando saio no final de semana, acabo ficando cansada e já começo a semana de estudos desanimada", afirma.
O paulista Mike do Carmo Bento, 17 anos, fez a mesma coisa no ano passado, quando decidiu que queria cursar jornalismo em alguma das universidades públicas de São Paulo. Porém, a decisão responsável acabou atrapalhando o desempenho do estudante. "Deixei de sair à noite para me dedicar somente aos estudos, mas não deu muito certo. Somente estudar estressa, e isso faz com que o conteúdo não fixe na sua cabeça. Acabei não passando no vestibular ano passado por puro estresse".
O jovem afirma que este ano ele resolveu dividir o tempo em estudos e lazer. "Festas são ótimas para relaxar, então eu saio de vez em quando. Só não dá para exagerar e querer balada todos os dias", diz.
Alessandra Venturi afirma que, ao contrário do que muitos estudantes pensam, ano de vestibular não significa restrições, mas sim equilíbrio. "Só estudar é muito estressante, e isso prejudica o desempenho do aluno. Só sair e não fazer as tarefas em casa também é disfuncional, pois assim a pessoa não aprende. Portanto, restrições extremas não funcionam, assim como falta de disciplina. O certo é encontrar um equilíbrio entre as duas coisas: lazer e compromisso", diz.
Ainda segundo Alessandra, o comportamento de 80% dos vestibulandos que frequentam o cursinho pré-vestibular é começar o ano sem regra nenhuma e com a vida social totalmente ativa. "Quando chega em agosto ou setembro, esses mesmos alunos começam a se desesperar com a proximidade das provas e viram radicais. Desaparecem das festas e só se dedicam ao estudo. Não preciso dizer que isso não funciona, né?", afirma.
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