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Internacional
Quinta - 14 de Abril de 2011 às 20:14

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Alvo de críticas da oposição e de organismos internacionais pelo gerenciamento da crise no Japão após o tremor seguido de tsunami do dia 11 de março e o desastre nuclear na usina de Fukushima, o premiê japonês Naoto Kan também passou a ser pressionado para que renuncie ao cargo.

Kan, cujo apoio popular está na casa de 30%, havia buscado uma ampla coalizão para ajudar o país a se recuperar de seu pior desastre natural e aprovar leis para financiar o maior projeto de reconstrução desde a 2ª Guerra Mundial.

O Partido Democrata, de Kan, controle a câmara baixa do parlamento, mas precisa da oposição para aprovar leis porque não detém a maioria na câmara alta, o que pode bloquear os projetos.

Nesta quinta-feira, no entanto, o chefe do maior partido de oposição, o Partido Liberal Democrática (LDP na sigla em inglês) - que na semana passada descartou uma ações conjuntas com o governo-- aumentou a pressão sobre Kan.

"Chegou a hora [de o primeiro-ministro] decidir se fica ou sai", disse Sadakazu Tanigaki em entrevista coletiva, segundo a agência de notícias Kyodo.

O comentário de Tanigaki reflete a visão de muitos de seu partido conservador de que Kan deve se retirar como pré-condição para qualquer coalizão, assim como uma esperança de que as críticas a Kan dentro de seu próprio Partido Democrata (PD) aumentem depois que Ichiro Ozawa, um dos líderes da legenda governista, repreendeu o premiê pela sua condução da crise.

Takeo Nishioka, presidente da câmara alta e crítico notório de Kan entre os democratas, também exortou o líder de governo a renunciar, disse a Kyodo.

Kan, entretanto, que assumiu em junho como o quinto líder do Japão desde 2006, não deve sair facilmente, e os partidos de oposição podem se ver atacados se tentarem fazer chantagem política com o orçamento de emergência, dizem analistas.

"Kan provavelmente irá ignorar isso", afirmou Koichi Nakano, professor da Universidade de Sophia. "Se eles (críticos de Kan) pensassem no interesse nacional, fariam isso agora?".

"IRRESPONSÁVEL"

Ainda no dia 29 de março, mais uma vez o governo japonês admitiu que a situação é "muito grave" e "imprevisível" na usina de Fukushima, e o premiê Naoto Kan recebeu duras críticas pelo que a oposição vê como uma gestão "irresponsável" da crise.

No Parlamento, o premiê japonês foi duramente criticado por não ter aumentado a zona de exclusão, que determina um raio de apenas 20 km em torno da usina em que as pessoas deveriam ser retiradas. O governo também nunca determinou a saída dos habitantes, apenas pediu que deixassem a área de forma voluntária.

"Há algo mais irresponsável do que isso?", disse o opositor Yosuke Isozaki. Em resposta, Kan disse que estava considerando a medida, que exigiria a saída de 130 mil pessoas, além das 70 mil já deslocadas.

GOVERNO

Nesta quinta-feira o imperador Akihito e a imperatriz realizaram nesta quinta-feira sua primeira visita à zona afetada pelo desastre para se encontrar com moradores da província de Chiba, vizinha a Tóquio.

O primeiro-ministro, Naoto Kan, desejou por sua vez que as regiões devastadas consigam se recuperar e oferecer uma qualidade de vida exemplar a seus cidadãos.

"Gostaria que me propusessem um plano que permita ao Japão se restabelecer e criar um ambiente social melhor para a população", disse Kan, durante a primeira reunião do painel de especialistas montado por seu governo para coordenar os esforços de reconstrução.

Segundo a agência de notícias Kyodo, o primeiro-ministro imagina uma nova cidade no interior, onde residiriam entre 50 mil e 100 mil pessoas que correm o risco de ter as casas condenadas devido à radiação de Fukushima.

OPERAÇÕES

Na central de Fukushima, atingida por uma onda de 14 metros de altura no dia 11 de março, que danificou o sistema elétrico e o sistema de resfriamento dos reatores, os funcionários da Tokyo Electric Power Company (Tepco) continuam bombeando a água radioativa que se infiltrou nas instalações e galerias subterrâneas.

"Até agora, já retiramos 700 toneladas de água da galeria do reator 2", declarou Takeo Iwamoto, porta-voz da Tepco.

"A retirada da água do interior e exterior das instalações durará semanas", destacou.






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