Segundo ele, não havia como se sentir tranquilo assumindo o cargo durante a crise na Corte
Ramos diz que, agora, está à vontade para chefiar TRE

Eleito presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), nesta quinta-feira (14), o desembargador Rui Ramos afirmou se sentir "mais à vontade" para comandar a instituição, em função de ter sido escolhido democraticamente. Até então, ele conduzia a Corte com um "mandato-tampão", devido ao afastamento do desembargador Evandro Stábile, determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ramos revelou que não se sentia à vontade, em função da crise vivida pelo tribunal. Como se recorda, alguns membros do Poder foram alvo de ações da Polícia Federal, que desencadeou, em maio de 2010, a Operação Asafe. A PF investigou o envolvimento de desembargadores e juízes, em um suposto esquema de venda de sentenças.

A escolha de Ramos aconteceu durante sessão plenária no TRE. O magistrado teve cinco dos sete votos e será empossado no cargo no próximo dia 26, às 19h30. Na mesma sessão, o desembargador Gerson Paes foi eleito vice-presidente e acumulará a função de corregedor.

"Agradeço os votos de confiança que me foram dados, para continuar o trabalho que venho desenvolvendo. Sinto-me honrado e à vontade para exercer a função, pois fui eleito de forma legítima e regimental para tal cargo. Vinha conduzindo a instituição, em função de uma situação difícil que enfrentava essa Corte e não poderia me sentir à vontade. Mas, busquei desenvolver o meu trabalho da foma melhor", afirmou.

Questionado sobre o fato de não ter sido eleito por unanimidade, Ramos afirmou que isso faz parte do processo democrático e que, em nenhum momento, pensou sobre a quantidade de votos que iria obter.

Ramos atribuiu a sua vitória ao trabalho que vem desenvolvendo no TRE, entre eles, o bom andamento das eleições gerais de 2010, com a disputa dos cargos de governador, deputado estadual, federal, senador e presidente da República.

Eleições 2012

O presidente do TRE afirmou que já iniciou os trabalhos visando às próximas eleições, desenvolvendo uma série de atividades junto às Zonas Eleitorais. Segundo ele, haverá um enfrentamento forte de combate à corrupção, com campanhas educativas do voto consciente e repressão por parte da Polícia.

Rui Ramos alertou que se trata de uma eleição complexa, em função da disputa acirrada nos municípios, mas destacou que a dificuldade são as mesmas.

Segundo ele, haverá ainda um trabalho para dar celeridade na divulgação do resultado, inclusive, com um display, fazendo com que os percentuais de votação sejam divulgados ao longo do dia.

Outras novidade são a instalação de urnas biométricas e a construção de dois novos cartórios no Interior do Estado.