Jogador do Sesi diz que insultos da torcida foram apenas para desestabilizar o central do Vôlei Futuro: ‘Não foi a primeira vez, e nem vai ser a última’
Murilo, sobre xingamentos a Michael: ‘Não vejo o caso como homofobia’
Apesar da grande repercussão dos insultos da torcida cruzeirense ao central Michael, do Vôlei Futuro, o ponteiro Murilo, jogador do Sesi, diz não considerar a situação como um caso de homofobia. A declaração, concedida durante uma sessão de autógrafos nesta quarta-feira, contrasta com a multa de R$ 50 mil imposta ao Cruzeiro, algumas horas antes. Finalista da Superliga, o Sesi de Murilo aguarda o vencedor da série entre Vôlei Futuro e Cruzeiro. O jogador acredita que os xingamentos foram apenas uma estratégia da torcida para desestabilizar o rival na hora do saque.
- Torcedor é torcedor. Eu não vejo o caso como homofobia. O Michael vai se sentir mal, claro, mas eu convivo com ele há dez anos, nós passamos juntos na peneira do Banespa, e entre os companheiros sempre houve o respeito. Não foi a primeira vez que isso aconteceu, nem vai ser a última. Não vejo isso como preconceito. Seria preconceito se não quiséssemos tocar nele, apertar a mão dele ou abraçá-lo. A torcida fez aquilo para desestabilizá-lo na hora do saque. É normal. Foi assim comigo, com o Giovane e com o Montanaro também - explicou.
Montanaro, aliás, também comentou o tema. Ao contrário de Murilo, o dirigente do Sesi, que integrou a seleção vice-campeã nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, se mostra indignado com os insultos a Michael, mas tenta, igualmente, colocar panos quentes no assunto.
- Eu lamento muito esses insultos. Foi um preconceito latente. Por outro lado, acho que já deram muito valor ao caso. Não é mais o esporte, não é mais o voleibol. Acho que estão se esquecendo do jogo maravilhoso que as duas equipes mostraram em Araçatuba.
O ex-jogador acredita ser justo o valor de R$ 50 mil da pena aplicada ao Cruzeiro pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Vôlei, o que é contestado pelas duas equipes envolvidas no julgamento. Com mais de 30 anos na modalidade, Montanaro ressalta ser essa a multa mais alta de que ele já ouviu falar no vôlei brasileiro, embora não tenha sido a pena máxima prevista para a situação no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
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