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Economia
Quarta - 13 de Abril de 2011 às 10:59

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A BM&FBovespa espera oferecer a partir do terceiro trimestre deste ano a negociação de contratos futuros do índice Standard & Poor"s 500, disse o diretor de renda variável da bolsa, Júlio Ziegelmann. A BM&FBovespa também espera aumentar a oferta de produtos estrangeiros para o investidor local com a chegada de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de empresas na Europa e na Ásia. A criação de ETFs (fundos de ações) associados a índices internacionais, ainda em estudo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), também está na pauta da instituição.

Na outra via, a bolsa espera atrair mais estrangeiros com o desenvolvimento de um sistema chamado "Brazil Easy Investing", que facilitaria a conversão cambial para investidores de varejo. De acordo com Ziegelmann, a oferta dos contratos futuros de S&P 500 faz parte dos trabalhos em conjunto com o CME Group, controlador da Chicago Mercantile Exchange.

Em fevereiro, o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, havia dito que as duas empresas - que detêm ações uma da outra - estavam focadas em apresentar plataformas conjuntas de negociação entre junho de 2011 e a segunda metade de 2012. "(O investidor) pode fazer arbitragem entre S&P e Bovespa, mas pode também simplesmente diversificar e aplicar no S&P", disse Ziegelmann em entrevista no prédio da antiga Bovespa. O Standard & Poor"s 500 é um dos principais índices de ações dos Estados Unidos.

Sobre os BDRs de empresas na Europa e na Ásia, Ziegelmann afirmou que a intenção é criá-los "até o final desse ano". Atualmente, são oferecidos somente BDRs de empresas americanas porque a BM&FBovespa precisa de uma parceria com uma instituição depositária local - no caso dos EUA, a DTCC (Depository Trust & Clearing Corporation).

O modelo de trabalho deve ser replicado na Europa por meio de parceria com apenas uma instituição depositária, que ainda não foi escolhida. "A Europa acaba funcionando quase como se fosse um país. Um depositário na Europa atende vários países. Na Ásia já não é assim", disse Ziegelmann.

Por meio dos BDRs, os investidores no Brasil podem comprar e vender ações de empresas estrangeiras. O volume dos BDRs de empresas americanas ainda é considerado pequeno, mas Ziegelmann acredita que o movimento deve crescer após a decisão da CVM, editada em março, de permitir a negociação de BDR Nível I por entidades fechadas de previdência complementar. "É um processo que está começando. A gente está falando com um grande "asset" aqui, eles estão pegando alguns fundos para chamar assembleia (de cotistas) e colocar isso (BDR) lá dentro", acrescentou o diretor de renda variável.

"Homebroker" para estrangeiros
Na mão inversa, a BM&FBovespa está desenvolvendo o "Brazil Easy Investing" (BEI) com o objetivo de facilitar a entrada de investidores estrangeiros no País. O sistema, ainda sem prazo para implantação, permitirá que o investidor veja as ações da Bovespa cotadas em dólares, fechando simultaneamente uma operação de câmbio na corretora quando comprar ou vender ações.

"Hoje a gente praticamente não tem investidor de varejo estrangeiro aqui no Brasil. Deve ter 30 investidores, não é nada", disse. "O problema é o câmbio. Para o investidor estrangeiro comprar US$ 10 mil em ações, ele tem que fechar um câmbio de US$ 10 mil, ou a moeda dele que for, para reais. Não dá para ligar para a mesa de operações de um banco para fechar esse câmbio. Esse processo é o que acaba afastando o investidor estrangeiro de varejo daqui."

O sistema deve ser oferecido às corretoras sem custo. Para a BM&FBovespa, o retorno esperado é um aumento do volume. "Essa facilidade que tem no homebroker, de tornar eletrônica a negociação de ações em reais, a gente está criando isso para qualquer moeda também", concluiu Ziegelmann.





Fonte: Reuters

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