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Internacional
Terça - 12 de Abril de 2011 às 19:49

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O ex-ditador egípcio Hosni Mubarak foi internado na UTI (unidade de tratamento intensivo) de um hospital no balneário de Sharm el Sheikh, na região do mar Vermelho, pouco depois de sofrer um ataque cardíaco, informou a agência oficial Mena.

De acordo com a rede de TV estatal, ele sofreu um ataque cardíaco durante interrogatório realizado por promotores que investigavam denúncias de corrupção e de abuso, o que levou à sua internação em um hospital nesta terça-feira

Anteriormente, fontes governamentais já haviam informado que Mubarak havia sido internado em um hospital do balneário egípcio de Sharm el Sheikh, no mar Vermelho. No entanto, havia também suspeitas de que o ex-ditador possa ter usado a internação como subterfúgio para evitar a audiência desta terça-feira.

Mubarak enfrentou vários problemas de saúde nos últimos anos, e rumores sobre seu estado de saúde eram comuns quando ele ainda estava no poder.

Deposto por uma revolução no dia 11 de fevereiro, ele havia dito que "morreria pelo Egito" quando falou ao país de 80 milhões de habitantes, pouco depois de renunciar após intensas manifestações em todo o país.

Pouco antes do fim de seu governo, ele passou por uma cirurgia de vesícula biliar na Alemanha em 2010, e houve indícios de que suas condições de saúde estavam em deterioração.

No domingo (10), após a Justiça determinar a necessidade de um interrogatório, Mubarak rejeitou ter contas bancárias no exterior e denunciou as tentativas de macular sua imagem com notícias sobre sua suposta fortuna e de sua família.

As declarações de Mubarak aparecem em um vídeo divulgado pela rede emirati de televisão Al Arabiya, feita na véspera em Sharm el Sheikh, cidade em que o ex-ditador se encontra em prisão domiciliar desde que deixou o poder.

"Sofri muito e ainda sofremos, minha família e eu, pelas campanhas injustas e as alegações inválidas com o objetivo de difamar a mim e a meu histórico militar e político", declarou Mubarak.

Esta é a primeira declaração de Mubarak desde a renúncia. "Aceito apresentar qualquer documento ou assinatura que permita à Procuradoria Geral, mediante o Ministério de Relações Exteriores, entrar em contato com os ministérios de todos os países do mundo para confirmar o acordo que temos minha esposa e eu para revelar qualquer conta nossa no exterior desde que tornasse essa investigação pública, militarmente e politicamente", afirmou.

INTERROGATÓRIO

O procurador-geral egípcio, Abdel Meguid Mahmoud, ordenou neste domingo (10) o interrogatório de Mubarak e seus dois filhos a partir das denúncias que os acusam de seu suposto envolvimento em ataques a manifestantes e em desvio de fundos.

Segundo informações da agência oficial de notícias Mena, as denúncias judiciais acusam Mubarak e seus filhos de estar envolvidos nos ataques contra os manifestantes durante os protestos pacíficos que explodiram em 25 de janeiro, assim como de abuso de poder e conseguir comissões e benefícios econômicos.

PROTESTOS

Ontem, mais de 1.000 manifestantes ignoraram a ordem do Exército para deixar a praça Tahrir, no Cairo, estendendo pelo terceiro dia seus protestos por uma mudança rápida para um governo civil e punições para oficiais corruptos.

Os manifestantes gritaram "revolução" e brandiram um retrato do marechal Mohamed Hussein Tantawi, que lidera o conselho militar que hoje governa o Egito, após a queda do presidente Hosni Mubarak.

" O que queremos é um conselho civil", dizia uma faixa dos manifestantes.

Também no domingo as autoridades egípcias determinaram a prisão preventiva por 15 dias do ex-primeiro-ministro Ahmed Nazif, informou a emissora de televisão estatal.

As investigações estão relacionadas ao suposto superfaturamento na compra de placas de metal de uma empresa alemã pelo Ministério do Interior egípcio no valor de 92 milhões de libras (cerca de US$ 16 milhões).






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