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Nacional
Terça - 12 de Abril de 2011 às 12:52

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A secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, disse que todas as turmas devem voltar a ter aulas em até três semanas na escola municipal Tasso da Silveira, no Realengo (zona oeste do Rio), onde o atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23, matou 12 alunos na semana passada.

O retorno será progressivo. As primeiras turmas a voltar à escola devem ser de alunos mais velhos. Na próxima segunda-feira (18), volta uma turma; na terça, voltam duas.

A segunda-feira marca a reabertura do colégio às crianças e é considerado um dia para a "reinvenção" da escola. Serão feitas modificações, como a pintura de paredes e a colocação de um aquário, e haverá uma série de atividades culturais.

As duas salas invadidas por Wellington não terão mais aulas. Elas serão usadas como biblioteca digital e espaço multifuncional para alunos com necessidades especiais.

Um psicólogo ficará permanentemente no colégio. "Queremos as crianças inteiras para aprender. Elas precisam construir o seu futuro e, para tanto, elas precisam estar bem emocionalmente", disse a secretária Costin.

Nesta semana, psicólogos já trabalham com professores e funcionários, preparando-os para a reabertura do colégio.

A secretária descartou a presença de artistas na escola na segunda-feira, para evitar a exposição excessiva das crianças. "Optamos por um trabalho mais recolhido, e as crianças vão fazer essas atividades com psicólogos e não artistas", afirmou.

Ao menos dez pais já pediram transferência de seus filhos. Para o diretor Luís Marduk, o número é pequeno diante da proporção da tragédia.

CARTAS

Em anotações exibidas no domingo (10) no "Fantástico", da TV Globo, o atirador pôs a culpa pelo massacre nos que o humilharam na escola na adolescência.

"Muitas vezes, aconteceu comigo de ser agredido por um grupo e todos os que estavam por perto debochavam, se divertiam com as humilhações que eu sofria sem se importar com meus sentimentos", escreveu ele.

"Não sou eu o responsável pela morte de todos", prosseguiu. A culpa, de acordo com o atirador, é dos que "se aproveitam da bondade ou da inocência de um ser".

Ontem, a Justiça autorizou a quebra de sigilo das comunicações telefônicas e da internet utilizadas pelo atirador para investigação do massacre.

MASSACRE

A tragédia ocorreu por volta das 8h30 do dia 7 de abril, após Wellington entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos.

Relatos de sobreviventes afirmam que ele mirava na direção nas meninas. Uma das alunas contou aos policiais que, ao ouvir apelos para não atirar, Oliveira mirava na direção delas, tendo como alvo a cabeça.

Os policiais informaram ainda que, pelas análises preliminares, há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.

Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça.

A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em "perdão de Deus" e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.






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