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Internacional
Domingo - 10 de Abril de 2011 às 20:02

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A escassez de trabalhadores qualificados é um empecilho na contratação para 69% das empresas, segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Diante dessa realidade, a seleção de talentos agora ultrapassa as fronteiras do território nacional.

Segundo Renato da Fonseca, gerente-executivo da unidade de pesquisa da CNI, quanto mais o país crescer, mais atrativo será o mercado de trabalho. "Repatriar brasileiros pode ser alternativa para as empresas", avalia.

Com a valorização do real e o crescimento da economia nacional, elas conseguem oferecer salários mais atrativos em relação às principais moedas estrangeiras.

O empresário Roberto Ravioli, dono de um empório e dois restaurantes que levam seu nome, garimpou profissionais brasileiros no exterior. O intuito era trazer cozinheiros da Europa e dos EUA.

"Apesar de ter que oferecer salário maior por causa da experiência, a valorização da moeda nacional ajuda muito", assinala ele, que contratou um brasileiro este ano após viajar aos EUA.

Na Axia Value Chain, consultoria internacional de gestão empresarial, buscar brasileiros no exterior faz parte da rotina da empresa.

De acordo com o diretor-executivo, Rodrigo Cambiaghi Azevedo, a repatriação resultou na contratação de consultores, gerentes e diretores da consultoria --inclusive a dele, que estava nos Estados Unidos.

"As empresas de "headhunting" estão se especializando no assunto", reitera.

DE VOLTA

O "networking" foi aliado de Everton José, 23. Depois de seis meses em 22 países, trabalhando em cruzeiros para obter fluência em inglês, ele decidiu regressar ao Brasil no ano passado.

Dias antes de voltar, foi chamado para ocupar um cargo de supervisão na Atento -empresa de telemarketing na qual trabalhou como operador em 2009.

"Tive medo de voltar sem trabalho, mas conversei com meus ex-empregadores e fui chamado de volta porque aprimorei o inglês."

Além da rede de contatos, quem volta tem também auxílio governamental para a recolocação no mercado.

De janeiro a março, o Núcleo de Apoio aos Trabalhadores Brasileiros Retornados do Exterior, do MTE, recebeu mais de 400 profissionais. "Cerca de 90% deles vieram de Japão, EUA e Espanha", afirma Reimei Yoshioko, responsável pelo núcleo.






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