O ministro da Agricultura japonês, Michihiko Kano, viajou neste fim de semana às áreas afetadas pelo terremoto e a crise nuclear de Fukushima para tranquilizar os agricultores, cujo incerto futuro dependerá da ajuda.
Sexta-feira, o Governo japonês anunciou que proibirá o plantio em áreas com altos níveis de radiação procedente da usina nuclear de Fukushima Daiichi, cujos vazamentos obrigaram a limitar o comércio de verduras e leite em quatro províncias.
As autoridades estabeleceram que todo terreno que tenha uma radioatividade superior aos 5 mil becquerel por quilo não será adequado para o cultivo e proibirá a venda de todo o arroz que supere os 500 becquerel.
Os agricultores afetados por estes novos padrões deverão ser compensados por Tokyo Electric Power (TEPCO).
As autoridades da província de Fukushima encontraram altos níveis de césio radioativo no solo de sete pontos da região fora da zona de evacuação de 20 quilômetros ao redor da usina.
Os agricultores transmitiram suas preocupações ao ministro Kano e lembraram que sua luta de décadas para desenvolver a região e cultivar arroz de qualidade foi por água baixo literalmente em menos de um mês.
O ministro expressou que o Governo apoiará às famílias dos agricultores, que em povoados como o de Iitate, um dos mais afetados pela radioatividade, representam a base da economia local.
O vazamento da usina nuclear de Fukushima elevaram o temor em regiões rurais que dependem em grande medida do setor primário e que temem que a radioatividade comprometa a colheita do arroz que se realiza entre abril e maio.
Um dos isótopos radioativos encontrados nas plantações de Fukushima é o césio, cuja vida média é de 30 anos e poderia deixar uma marca indelével em áreas que não afetadas pelo tsunami, mas pela contaminação nuclear.
O arroz tem uma grande importância na cultura japonesa, é base da dieta e uma marca na identidade das comunidades rurais há séculos.
Aos problemas com a radiação é preciso somar as terras varridas pelo tsunami e que estenderam um manto de sal tornando impróprias neste ano a maior parte dos mais de 20 mil hectares inundados, segundo dados do Ministério da Agricultura.
Os agricultores lamentam o alcance do gigantesco tsunami que invadiu em alguns casos cinco quilômetros no interior e não permitirá que muitos produtores paguem suas dívidas contraídas antes da colheita.
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