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Internacional
Sábado - 09 de Abril de 2011 às 22:46

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O Bahrein prendeu e espancou um importante ativista e membros de sua família, informou neste sábado um grupo de defesa dos direitos humanos, depois de o país ter lançado uma extensa repressão a manifestantes pró-democracia.

No mês passado, o Bahrein viveu seus piores conflitos sectários desde a década de 1990, depois que manifestantes, incentivados por revoltas na Tunísia e no Egito, foram às ruas, fazendo o governo impor lei marcial e convocar tropas de vizinhos governados por sunitas. Abdulhadi al-Khawaja foi preso junto com seus dois genros, informou em comunicado o Centro do Bahrein para os Direitos Humanos.

"Eles arrombaram a porta da frente da casa e os espancaram duramente" junto com outro homem, afirmou o grupo. "Khawaja foi espancado tão fortemente que a mancha de sangue ainda está visível na escada. E quando sua filha mais velha, Zainab, tentou intervir, também foi agredida." Khawaja viveu no exílio por 12 anos, antes de poder retornar ao país devido a uma anistia geral anunciada em 1999. Ele foi preso por dissensão política em 2004 e depois perdoado pelo rei.

O governo do Bahrein lançou uma campanha de repressão contra ativistas da oposição, imprensa e vilarejos xiitas após suprimir semanas de protestos pró-democracia. Um pequeno grupo de jovens se juntou em um subúrbio da capital, Manama, e foi prontamente dispersado pela polícia, que usou gás lacrimogêneo, disseram testemunhas. Unidades do Exército reforçaram postos de controle da polícia em vilarejos xiitas perto de Manama, impedindo protestos.

Mattar Mattar, membro do maior grupo oposicionista xiita, o Wefaq, afirmou que um total de 420 pessoas foram presas, entre elas 20 mulheres e dez médicos. Cerca de 750 pessoas foram demitidas de seus empregos. Em 17 de março, a polícia agrediu pacientes no sexto andar de um hospital para o qual os policiais direcionara os manifestantes feridos durante os conflitos, afirmou Richard Sollom, vice-diretor do grupo Médicos Para os Direitos Humanos. "Isso conta como tortura na definição da Organização das Nações Unidas", afirmou.

O governo Bahrein nega tal tortura, mas diz que as acusações serão investigadas. A entidade Médicos Sem Fronteiras afirmou que os hospitais do Bahrein se tornaram lugares temidos, onde os ferimentos podem identificar as pessoas para serem presas. O Bahrein rejeitou tais acusações e disse que são parte de uma "campanha orquestrada pelo movimento de protesto." Autoridades do governo afirmaram que o sistema de saúde do país está funcionando normalmente.





Fonte: Reuters

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